São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reportagem de capa

Comunidade virtual desbrava caminhos para novos negócios

DE OLHO NO LANCE - Empresas se aproveitam da tendência e criam meios de ganhar dinheiro com a interação dos internautas

DA REPORTAGEM LOCAL

O caldeirão entorna seu caldo também para o "mainstream". A segunda maior gravadora do mundo, a SonyBMG, anunciou que não receberá mais gravações demo de bandas interessadas em assinar contrato com a empresa.
Desde a última segunda, o selo passou a exigir que o conteúdo dos artistas seja enviado pelos sites www.columbiademos.co.uk ou www.rcademos.co.uk, nos quais os músicos poderão publicar canções, fotos e vídeos.
O movimento é um eco do que começou com a comunidade MySpace, que se tornou referência na divulgação on-line de novos artistas, e se mantém com sites como o Sellaband, de Amsterdã, na Holanda, e o Bebo, de San Francisco, nos EUA, novos expoentes na difusão de talentos emergentes.
A estratégia de usar uma comunidade on-line como base de lançamento se mostra particularmente interessante para as bandas que não têm contrato com nenhuma grande gravadora e que encontram dificuldade em surtir impacto nessas grandes companhias enviando apenas um CD ou uma fita gravada com seu trabalho.
A Universal Music, a maior do ramo em todo o mundo, também acena para o mundo on-line. A empresa lançou um catálogo com mais de 100 mil canções de jazz e música clássica e inaugurou um canal em que artistas podem fazer upload de suas produções para uma espécie de catálogo on-line.

Democracia
O Sellaband, lançado em agosto passado, funciona de forma parecida. Os artistas fazem upload de suas composições e estas passam a poder ser ouvidas pelos usuários do site. Se o internauta gostar, pode fazer uma doação no valor de US$10.
A banda que conseguir US$ 50 mil em doações terá um disco produzido pelo Sellaband. Os doadores ganham um CD gratuito da banda que apoiaram ou, caso a banda não chegue à marca dos US$ 50 mil, têm seu dinheiro reembolsado.
Os artistas ficam com 60% do lucro da venda dos discos. O total de bandas já chega a 2.700 e ao menos quatro já coletaram US$ 50 mil: Nemesea, Cubworld, Second Person e Clemence.
Já a Cisco Systems, peso pesado das empresas de tecnologia, anunciou seus planos de comprar a comunidade Tribe.net.
O intuito da companhia é ajudar seus clientes a desenvolver serviços que misturem rede social e recursos multimídia, como os oferecidos pelo MySpace e pelo YouTube.
Outro a esticar os olhos para esse nicho é o co-criador do Netscape, Marc Andreessen, que está por trás do desenvolvedor de comunidades Ning (www.ning.com), que permite organizar grupos em torno de quaisquer temas e ainda fazer uso de vídeos, fotos, fóruns de discussão e blogs.
Investimento em rede social também foi feito pela Amazon, com o Shelfari (www.shelfari.com), em que membros debatem livros, compartilham gostos literários e organizam clubes do livro. Meses atrás, o Google se uniu à Nike para formar a comunidade Joga.com, que parece ainda não ter atraído um número significativo de usuários.
(MB)


Texto Anterior: Promessas
Próximo Texto: Facilitando: Site unifica dados cadastrais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.