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Pura invenção
Filmes exageram e distorcem possibilidades oferecidas pelo mundo dos computadores e da alta tecnologia
HENRIQUE MARTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apontar erros nos filmes e
seriados é tarefa fácil. Eles erram em química, física, biologia
e, claro, tecnologia. O uso de
equipamentos eletrônicos, serviços on-line e software muitas
vezes beiram o absurdo.
São celulares com baterias
que nunca acabam em mais de
24 horas de uso, computadores
que projetam armaduras e permitem vesti-las em hologramas, buscas mais que rápidas
na internet, interfaces de programas projetados em telas
sensíveis ao toque: não dá para
listar nominalmente todos os
pequenos abusos que os roteiristas cometem ao colocar na
tela. Afinal, são obras de ficção,
e que podem chegar a inspirar o
futuro da própria tecnologia.
Inspiração
Rogério de Paula, antropólogo e pesquisador da Intel Brasil,
aposta na idéia de que a televisão inspira a tecnologia e vice-versa. "A mídia tem o poder de
influenciar o imaginário, e vivemos em uma realidade com
uma mídia muito presente",
afirma o pesquisador.
"Veja o exemplo das propagandas de remédio, que muitas
vezes tornam algo escondido e
invisível, como uma molécula,
em algo visível e "real", para
uma audiência que na maioria
das vezes não entende nada de
química".
O exemplo vale para séries de
TV como "CSI" e suas filiais
("CSI: Miami" e "CSI:NY"), que
muitas vezes mostram os efeitos de uma bala por dentro do
corpo humano. "È um impulso
para virar real", comenta.
E, claro, existe o caso de sucesso máximo de inspiração
contrária da TV para a vida real,
com as séries e filmes da franquia "Star Trek".
O antropólogo da Intel explica um dos motivos da transição: "Na época em que entrou
no ar, a série ficou na imaginação da audiência, cumprindo
bem o papel de inspirar e gerar
imagens para o futuro. Isso acabou impulsionando a tecnologia de hoje", diz ele.
Nesta reportagem, selecionamos quatro "absurdos" tecnológicos vistos na TV e no cinema: editores de fotografia
que vêem até a placa de carro
em fotos ruins de celular, buscas rápidas em bancos de dados
e serviços na internet, modelagem de projetos em 3D e as baterias que nunca acabam nos
celulares.
A partir desse ponto, desvendamos o que é possível ou não
com tecnologia que temos disponível hoje e para onde vão os
equipamentos que sempre funcionam melhor na telinha.
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