São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Pura invenção

Filmes exageram e distorcem possibilidades oferecidas pelo mundo dos computadores e da alta tecnologia

HENRIQUE MARTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apontar erros nos filmes e seriados é tarefa fácil. Eles erram em química, física, biologia e, claro, tecnologia. O uso de equipamentos eletrônicos, serviços on-line e software muitas vezes beiram o absurdo.
São celulares com baterias que nunca acabam em mais de 24 horas de uso, computadores que projetam armaduras e permitem vesti-las em hologramas, buscas mais que rápidas na internet, interfaces de programas projetados em telas sensíveis ao toque: não dá para listar nominalmente todos os pequenos abusos que os roteiristas cometem ao colocar na tela. Afinal, são obras de ficção, e que podem chegar a inspirar o futuro da própria tecnologia.

Inspiração
Rogério de Paula, antropólogo e pesquisador da Intel Brasil, aposta na idéia de que a televisão inspira a tecnologia e vice-versa. "A mídia tem o poder de influenciar o imaginário, e vivemos em uma realidade com uma mídia muito presente", afirma o pesquisador.
"Veja o exemplo das propagandas de remédio, que muitas vezes tornam algo escondido e invisível, como uma molécula, em algo visível e "real", para uma audiência que na maioria das vezes não entende nada de química".
O exemplo vale para séries de TV como "CSI" e suas filiais ("CSI: Miami" e "CSI:NY"), que muitas vezes mostram os efeitos de uma bala por dentro do corpo humano. "È um impulso para virar real", comenta.
E, claro, existe o caso de sucesso máximo de inspiração contrária da TV para a vida real, com as séries e filmes da franquia "Star Trek".
O antropólogo da Intel explica um dos motivos da transição: "Na época em que entrou no ar, a série ficou na imaginação da audiência, cumprindo bem o papel de inspirar e gerar imagens para o futuro. Isso acabou impulsionando a tecnologia de hoje", diz ele.
Nesta reportagem, selecionamos quatro "absurdos" tecnológicos vistos na TV e no cinema: editores de fotografia que vêem até a placa de carro em fotos ruins de celular, buscas rápidas em bancos de dados e serviços na internet, modelagem de projetos em 3D e as baterias que nunca acabam nos celulares.
A partir desse ponto, desvendamos o que é possível ou não com tecnologia que temos disponível hoje e para onde vão os equipamentos que sempre funcionam melhor na telinha.


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