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Tec-tec-tec
HP imita hackers em espionagem digital
JULIANO BARRETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Investigadores contratados
pela HP para descobrir fontes
de vazamento de informações
corporativas usaram grampos
digitais para monitorar jornalistas e funcionários da empresa. Eles teriam recorrido aos
mesmos procedimentos empregados por golpistas que roubam números de cartões de
crédito pela internet. O objetivo dos espiões da HP, porém,
era monitorar conversas feitas
pela rede e por telefone.
De acordo com reportagem
do "USA Today" publicada na
semana passada, a repórter
Dawn Kawamoto, do site
Cnet.com, recebeu e-mails falsos com ferramentas de espionagem e de invasão. Outro arquivo anexado em um e-mail
recebido por Kawamoto continha um programa do tipo "tracer", ou rastreador.
Cada vez que a mensagem
era encaminhada, os investigadores sabiam seu destino. Registros telefônicos privados de
diretores, de funcionários e de
jornalistas também foram obtidos pelo time de investigação
da HP, que teria usado dados
roubados via internet para se
fazer passar pelos titulares das
contas e acessar serviços como
o correio de voz de telefones celulares. A reportagem do "USA
Today" também acusa os espiões de remexer o lixo dos investigados.
Desculpa
O escândalo da HP emergiu
há cerca de um mês e resultou
em uma crise interna e na demissão da presidente do conselho da empresa, Patricia Dunn.
Na última semana, detalhes sobre os métodos do "grampo digital" começaram a aparecer.
Na semana passada, pela primeira vez, um executivo da HP
comentou o assunto de forma
oficial. A tarefa coube a Mark
Hurd, novo presidente do conselho da empresa. Em entrevista coletiva, o executivo pediu
desculpas e assumiu que os investigadores contratados usaram técnicas ilegais. "Gostaria
de apresentar minhas sinceras
desculpas aos jornalistas investigados e a todas as pessoas envolvidas", disse.
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