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A força da turma
Saiba como os milhões de usuários das redes sociais estão mudando a internet
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A BEVERLY HILLS
A disputa nas eleições primárias para presidente dos Estados Unidos tem sido temperada neste ano por um elemento
surpresa: os jovens daquela que
acaba de ser batizada de "geração MySpace". São internautas
que trocam idéias e influenciam amigos em redes sociais
(como Orkut, Facebook e outras redes menores) e que contribuíram para virar o placar no
Partido Democrata, antes favorável a Hillary Clinton e, hoje, a
Barack Obama.
O impacto mais palpável do
movimento nas comunidades é
monetário. Eleitores-fãs ajudam seus candidatos a multiplicar as doações de dinheiro,
colocando links para contribuições via internet em seus perfis, o que ajudou Obama a bater
a marca de US$ 135 milhões até
o final de janeiro -quase todo o
montante em pequenas doações via internet.
O fenômeno eleitoral alertou
também quem não quer o voto,
mas o dinheiro desse público.
Uma revolução na publicidade
está em curso, com dezenas de
empresas trabalhando em programas para traçar o perfil do
usuário a partir de sua atividade on-line.
Exemplo: o sistema reconhece o perfil de um homem, com
namorada, que visita páginas
sobre vinho, que tem fotos de
viagens à Argentina e ao Uruguai e que conta aos amigos que
sairá em breve de férias. O programa veicula então, especialmente para esse perfil, uma
oferta de viagem a dois para as
vinícolas do Chile.
O MySpace está trabalhando
há alguns meses em uma plataforma com essa finalidade, a
Hypertargeting. O Facebook
foi mais rápido e já lançou a
sua, a Beacon.
As redes sociais oferecem
números gigantescos de acesso.
No Brasil, país de 39 milhões de
internautas (dados do Ibope/
NetRatings), há 55 milhões de
perfis cadastrados no Orkut,
segundo o Google. O MySpace
tem no mundo 110 milhões de
usuários ativos -um em cada
quatro moradores dos EUA está no site. O Facebook já passou
dos 60 milhões. Para completar, as redes sociais estão no topo do ranking de permanência
on-line. Ou seja: os internautas
não apenas passam aos milhões
pelas páginas. Eles ficam nelas.
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