São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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A força da turma

Saiba como os milhões de usuários das redes sociais estão mudando a internet

DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A BEVERLY HILLS

A disputa nas eleições primárias para presidente dos Estados Unidos tem sido temperada neste ano por um elemento surpresa: os jovens daquela que acaba de ser batizada de "geração MySpace". São internautas que trocam idéias e influenciam amigos em redes sociais (como Orkut, Facebook e outras redes menores) e que contribuíram para virar o placar no Partido Democrata, antes favorável a Hillary Clinton e, hoje, a Barack Obama.
O impacto mais palpável do movimento nas comunidades é monetário. Eleitores-fãs ajudam seus candidatos a multiplicar as doações de dinheiro, colocando links para contribuições via internet em seus perfis, o que ajudou Obama a bater a marca de US$ 135 milhões até o final de janeiro -quase todo o montante em pequenas doações via internet.
O fenômeno eleitoral alertou também quem não quer o voto, mas o dinheiro desse público. Uma revolução na publicidade está em curso, com dezenas de empresas trabalhando em programas para traçar o perfil do usuário a partir de sua atividade on-line.
Exemplo: o sistema reconhece o perfil de um homem, com namorada, que visita páginas sobre vinho, que tem fotos de viagens à Argentina e ao Uruguai e que conta aos amigos que sairá em breve de férias. O programa veicula então, especialmente para esse perfil, uma oferta de viagem a dois para as vinícolas do Chile.
O MySpace está trabalhando há alguns meses em uma plataforma com essa finalidade, a Hypertargeting. O Facebook foi mais rápido e já lançou a sua, a Beacon.
As redes sociais oferecem números gigantescos de acesso. No Brasil, país de 39 milhões de internautas (dados do Ibope/ NetRatings), há 55 milhões de perfis cadastrados no Orkut, segundo o Google. O MySpace tem no mundo 110 milhões de usuários ativos -um em cada quatro moradores dos EUA está no site. O Facebook já passou dos 60 milhões. Para completar, as redes sociais estão no topo do ranking de permanência on-line. Ou seja: os internautas não apenas passam aos milhões pelas páginas. Eles ficam nelas.


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