São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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mercado

Compra pela HP encerra agonia da Palm

FIM DE UMA ERA >> Crise financeira na empresa pioneira dos computadores de mão havia se agravado nos últimos dois meses

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao anunciar que desembolsará US$ 1,2 bilhão para comprar a Palm, a HP escreveu o capítulo final de uma crise que começou a se agravar há pouco mais de dois meses. No período, a Palm divulgou dados ruins, viu suas ações despencarem e seus produtos perderem valor e lutou para evitar uma debandada de executivos.
No dia 25 de fevereiro deste ano, os resultados preliminares para o terceiro trimestre da empresa apontavam que os lucros estariam 25% abaixo do que esperava o mercado.
No mesmo dia, o executivo-chefe da Palm, Jon Rubinstein, escreveu um e-mail para seus funcionários no qual dizia que a culpa era da baixa adoção dos produtos da empresa por parte dos consumidores.
Quando os dados vieram, no dia 18 de março, foi confirmado: a empresa não conseguia vender seus produtos. No período, a Palm vendeu 408 mil dos 960 mil aparelhos entregues aos varejistas. A produção teve que ser paralisada, e as projeções de lucros para o quarto trimestre caíram de US$ 305 milhões para US$ 150 milhões.
Com o anúncio, as ações da empresa passaram a valer menos de US$ 5, queda de quase 20%. Firmas de investimento e análise, prevendo o agravamento da crise, avaliavam que as ações da empresa não tinham valor algum no mercado.
Enquanto isso, entre 10 de março e 19 de abril, o Pre Plus e o Pixi Plus, principais smartphones da empresa, tinham os seus preços reduzidos no varejo. O Walmart, a Amazon, a Verizon e a Sprint (operadora que lançou o Pre com exclusividade em junho do ano passado) passaram a vender os celulares por, no máximo, US$ 40 (mais contrato de serviço).
Rumores também davam conta de que o RadioShack, um dos maiores varejistas de celulares dos EUA, pararia de vender os aparelhos assim que o estoque terminasse.
No dia 19 de abril, mais notícias ruins. Michael Abbott, o criador do webOS (o sistema operacional dos smartphones da Palm), estava deixando a empresa. Outros dois altos executivos ficaram após cada um receber bônus de US$ 250 mil mais ações da empresa.
No dia 12 de abril, começaram os rumores de que a Palm estava à venda. Entre os possíveis compradores apareciam Dell, Lenovo, Huawai, ZTE e HTC. Este último teria desistido do negócio após conferir a contabilidade da Palm.


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