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mercado
Compra pela HP encerra agonia da Palm
FIM DE UMA ERA >> Crise financeira na empresa pioneira dos computadores de mão havia se agravado nos últimos dois meses
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao anunciar que desembolsará US$ 1,2 bilhão para comprar a Palm, a HP escreveu o capítulo final de uma crise que
começou a se agravar há pouco
mais de dois meses. No período, a Palm divulgou dados
ruins, viu suas ações despencarem e seus produtos perderem
valor e lutou para evitar uma
debandada de executivos.
No dia 25 de fevereiro deste
ano, os resultados preliminares
para o terceiro trimestre da
empresa apontavam que os lucros estariam 25% abaixo do
que esperava o mercado.
No mesmo dia, o executivo-chefe da Palm, Jon Rubinstein,
escreveu um e-mail para seus
funcionários no qual dizia que a
culpa era da baixa adoção dos
produtos da empresa por parte
dos consumidores.
Quando os dados vieram, no
dia 18 de março, foi confirmado: a empresa não conseguia
vender seus produtos. No período, a Palm vendeu 408 mil
dos 960 mil aparelhos entregues aos varejistas. A produção
teve que ser paralisada, e as
projeções de lucros para o
quarto trimestre caíram de
US$ 305 milhões para US$ 150
milhões.
Com o anúncio, as ações da
empresa passaram a valer menos de US$ 5, queda de quase
20%. Firmas de investimento e
análise, prevendo o agravamento da crise, avaliavam que
as ações da empresa não tinham valor algum no mercado.
Enquanto isso, entre 10 de
março e 19 de abril, o Pre Plus e
o Pixi Plus, principais smartphones da empresa, tinham os
seus preços reduzidos no varejo. O Walmart, a Amazon, a Verizon e a Sprint (operadora que
lançou o Pre com exclusividade
em junho do ano passado) passaram a vender os celulares
por, no máximo, US$ 40 (mais
contrato de serviço).
Rumores também davam
conta de que o RadioShack, um
dos maiores varejistas de celulares dos EUA, pararia de vender os aparelhos assim que o estoque terminasse.
No dia 19 de abril, mais notícias ruins. Michael Abbott, o
criador do webOS (o sistema
operacional dos smartphones
da Palm), estava deixando a
empresa. Outros dois altos executivos ficaram após cada um
receber bônus de US$ 250 mil
mais ações da empresa.
No dia 12 de abril, começaram os rumores de que a Palm
estava à venda. Entre os possíveis compradores apareciam
Dell, Lenovo, Huawai, ZTE e
HTC. Este último teria desistido do negócio após conferir a
contabilidade da Palm.
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