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Evento discute software livre na América Latina
Criticada em apresentações durante o evento, Microsoft participa de palestra de encerramento
RAFAEL CAPANEMA
ENVIADO ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU
Espaço de discussões sobre o
uso de software livre na América Latina, a Latinoware (Conferência Latino-Americana de
Software Livre) reuniu mais de
3.000 pessoas entre quinta-feira e sábado passado no Parque
Tecnológico Itaipu, em Foz do
Iguaçu (PR).
O público, formado em boa
parte por estudantes, circulava
pelos corredores estreitos com
máquinas como o Asus Eee PC
e o MSI Wind debaixo do braço
-os netbooks, laptops portáteis de baixo custo com foco em
navegação na internet.
As palestras iam de temas ultratécnicos até os mais básicos,
como introdução ao projeto
OLPC (One Laptop Per Child),
conhecido como "laptop de
US$ 100", cujo sistema operacional, o Sugar, é baseado na
distribuição de Linux Fedora.
Cezar Taurion, da IBM, falou
sobre as experiências da empresa com software livre, como
as jams, espécies de brainstorms virtuais dos quais nasceram projetos idealizados até
por parentes de funcionários.
Apesar de não terem participado do evento, os gurus Linus
Torvalds, criador do Linux, e
Richard Stallman, fundador da
Free Software Foundation, foram lembrados com reverência
em muitas das quase 200 apresentações -houve inúmeras citações ao livro "Free as in Freedom", sobre Stallman, e a "Just
for Fun", biografia de Torvalds.
Críticas ao software proprietário e seu principal cânone, a
Microsoft, deram o tom do
evento. Alguns palestrantes se
recusavam a citar o nome da
empresa ou do Windows, referindo-se a este como "aquele
outro sistema operacional".
Coube ao professor de história e filosofia Antonio Carlos C.
Marques fazer um dos ataques
mais duros ao software proprietário -segundo ele, "antiético, anticientífico e imoral".
"Se você adquire algo e não pode modificá-lo, então aquilo
não é seu", afirmou, em palestra que relacionava punk rock,
anarquismo e software livre
sob o manto da filosofia "faça
você mesmo".
Ironicamente -e para desgosto de muitos dos presentes-, o tema da palestra de encerramento foi o acordo de interoperabilidade entre Novell e
Microsoft.
O jornalista RAFAEL CAPANEMA viajou a
convite da organização do evento
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