São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Camisa-de-força dos celulares inspira revolução

Usuário ganha voz com planos do Google para fazer do portátil um computador de mão e com criação da rede sem fio nos EUA

DO "NEW YORK TIMES"

Os consumidores nunca estiveram satisfeitos com as empresas de telefonia móvel e com o serviço que oferecem ou recusam-se a oferecer. Mas tampouco dispõem de instrumentos para reagir, exceto mudar de operadora. Agora, no entanto, uma revolução começa a despontar no setor de comunicações, uma revolução que deve colocar as empresas de telefonia móvel, entre as quais a AT&T e a Verizon Wireless, em rota de colisão com carros-chefe do Vale do Silício, como o Google. O embate pode minar o controle que as empresas fornecedoras de serviço possuem sobre os usuários de celular, dando a estes armas para revidar.
A primeira escaramuça ocorreu no verão passado, com o lançamento do Apple iPhone, que, com seus recursos de fácil utilização, redefiniu a forma pela qual o consumidor-padrão vê os aparelhos portáteis. O Google provocou alvoroço ao anunciar planos para a criação da Open Handset Alliance (aliança aberta de portáteis), um consórcio de empresas que trabalham para fazer dos celulares um computador de mão.
Além disso, o governo federal dos EUA mobiliza-se para criar uma rede nacional sem fio mais aberta quando começar, em janeiro, a leiloar a licença para a utilização de uma faixa dessa rede, permitindo aos licitantes montarem uma malha livre dos limites das telefônicas.
No centro da tensão existente entre os diferentes campos encontra-se a pergunta sobre se a rede sem fio deveria ser aberta, como a internet é hoje, ou se deveria continuar sob o controle cioso de empresas. Na opinião de outras pessoas, já é tempo de haver mudanças.
Em vista disso, as alianças e as parcerias seladas agora podem determinar o perfil da indústria nos próximos cinco anos. Há três elementos catalisadores: a proliferação dos celulares tecnologicamente avançados, uma maior velocidade de conexão e uma competição crescente. O consumidor, de outro lado, também está sendo instado a ser mais exigente.
Tim Wu, professor da Universidade de Columbia, disse que a relação entre os criadores de software, as empresas de telefonia e os fabricantes de aparelhos portáteis terá de mudar. "O telefone parece-se cada vez mais com um objeto do patrimônio da pessoa. Quando essa pessoa o vê como seu, sente que tem mais direitos sobre o objeto. E haverá conseqüências se essa pessoa não se sentir livre para fazer o que deseja."


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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