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Camisa-de-força dos celulares inspira revolução
Usuário ganha voz com planos do Google para fazer do portátil um computador de mão e com criação da rede sem fio nos EUA
DO "NEW YORK TIMES"
Os consumidores nunca estiveram satisfeitos com as empresas de telefonia móvel e com
o serviço que oferecem ou recusam-se a oferecer.
Mas tampouco dispõem de
instrumentos para reagir, exceto mudar de operadora.
Agora, no entanto, uma revolução começa a despontar no
setor de comunicações, uma revolução que deve colocar as
empresas de telefonia móvel,
entre as quais a AT&T e a Verizon Wireless, em rota de colisão com carros-chefe do Vale
do Silício, como o Google.
O embate pode minar o controle que as empresas fornecedoras de serviço possuem sobre
os usuários de celular, dando a
estes armas para revidar.
A primeira escaramuça ocorreu no verão passado, com o
lançamento do Apple iPhone,
que, com seus recursos de fácil
utilização, redefiniu a forma
pela qual o consumidor-padrão
vê os aparelhos portáteis.
O Google provocou alvoroço
ao anunciar planos para a criação da Open Handset Alliance
(aliança aberta de portáteis),
um consórcio de empresas que
trabalham para fazer dos celulares um computador de mão.
Além disso, o governo federal
dos EUA mobiliza-se para criar
uma rede nacional sem fio mais
aberta quando começar, em janeiro, a leiloar a licença para a
utilização de uma faixa dessa
rede, permitindo aos licitantes
montarem uma malha livre dos
limites das telefônicas.
No centro da tensão existente entre os diferentes campos
encontra-se a pergunta sobre
se a rede sem fio deveria ser
aberta, como a internet é hoje,
ou se deveria continuar sob o
controle cioso de empresas.
Na opinião de outras pessoas,
já é tempo de haver mudanças.
Em vista disso, as alianças e as
parcerias seladas agora podem
determinar o perfil da indústria
nos próximos cinco anos.
Há três elementos catalisadores: a proliferação dos celulares tecnologicamente avançados, uma maior velocidade de
conexão e uma competição
crescente. O consumidor, de
outro lado, também está sendo
instado a ser mais exigente.
Tim Wu, professor da Universidade de Columbia, disse
que a relação entre os criadores
de software, as empresas de telefonia e os fabricantes de aparelhos portáteis terá de mudar.
"O telefone parece-se cada vez
mais com um objeto do patrimônio da pessoa. Quando essa
pessoa o vê como seu, sente que
tem mais direitos sobre o objeto. E haverá conseqüências se
essa pessoa não se sentir livre
para fazer o que deseja."
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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