|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
reportagem de capa
Novos usos da RFID apresentam desafios
FUTUROLOGIA > Como proteger a privacidade sem deixar de aumentar a eficiência dos controles comerciais é a questão
DA ASSOCIATED PRESS
As empresas afirmam que os
dispositivos RFID aumentam a
eficiência na cadeia de distribuição dos produtos, combatem os furtos e inibem a pirataria. Nas lojas, portas com RFID
poderiam escanear as compras
de um consumidor automaticamente, eliminando a necessidade de processos de verificação na saída.
Dentro das casas, refrigeradores com RFID avisariam sobre existência de leite com a data vencida, gerariam listas de
compra semanais ou até enviariam sinais para uma TV interativa, e o morador assistiria a
comerciais personalizados.
"Identificamos um grande
número de diferentes aplicações para essa tecnologia", afirmou Dan Mullen, presidente
da AIM Global, uma associação
nacional de empresas de coleta
de dados, o que inclui a tecnologia RFID. "E é provável que estejamos apenas arranhando a
superfície em termos do que a
RFID pode oferecer."
O problema, dizem alguns, é
que os produtos com microchips poderiam ser usados
também para outros fins.
Quando etiquetas forem colocadas em tantos objetos, repassando informações para
bancos de dados que manteriam contato com cartões de
crédito e cartões de banco, quase nenhum aspecto da vida das
pessoas estaria livre dos olhos
das empresas e dos governos,
disse Mark Rasch, ex-chefe da
unidade de crimes por computador do Departamento de Justiça dos EUA.
Passivas e ativas
Hoje, as etiquetas com radiofreqüência mais vendidas nos
EUA são os chamados emissores passivos, significando que
não possuem uma fonte interna de energia. As transmissões
de sinal, que ocorrem em todas
as direções, a distâncias que variam de alguns centímetros a
até seis metros, só começam
quando um aparelho de leitura
aciona essas etiquetas por meio
de um jato de elétrons.
Menos comuns, mas cada vez
mais utilizadas, são as etiquetas
ativas, que possuem baterias
internas e conseguem transmitir os sinais, continuamente, a
grandes distâncias (chegando a
satélites que orbitam a baixas
altitudes).
Os varejistas e os fabricantes
de produtos desejam usar, para
controlar o estoque, as etiquetas passivas em substituição
aos códigos de barra. Essas etiquetas de identificação por radiofreqüência transmitem códigos eletrônicos de produto,
um conjunto de número que
permite a identificação de trilhões de objetos diferentes.
Algumas delas informam dados específicos sobre o item,
tais como seu preço, apesar de
não fazerem o mesmo a respeito do nome do comprador.
Invasão de privacidade
No entanto, "uma vez que um
objeto etiquetado associa-se a
um indivíduo em particular, informações que identificam
uma determinada pessoa podem ser obtidas e, então, somadas para criar um perfil do consumidor", adverte em um relatório de 2005 sobre a RFID o
Escritório de Supervisão do
Governo, um órgão dos EUA.
Elliott Maxwell, um pesquisador da Universidade Estadual Pensilvânia que trabalha
como conselheiro da EPCglobal (o grupo que fixa os padrões
do setor), afirma que a transmissão de dados pelos microchips pode ser facilmente interceptada por hackers.
À medida que a tecnologia
RFID popularizar-se será "difícil saber quem está coletando
quais dados, quem tem acesso a
eles, o que estão fazendo com
eles e quem deveria ser o responsável por eles", escreveu
Maxwell no "RFID Journal".
Texto Anterior: Badoo procura se destacar pelos perfis oficiais de celebridades Próximo Texto: Homem com chips em ambas as mãos promove tecnologia em livro Índice
|