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Cirurgias pela web já são possíveis
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Em um futuro não muito distante, as frentes de combate norte-americanas contarão com um
novo aliado: braços mecânicos
poderão operar soldados feridos
em combate por médicos localizados a milhares de quilômetros
do campo de batalha.
No final da década de 90, começaram a ser feitos alguns testes
com animais e a primeira intervenção à distância em um ser humano ocorreu em setembro de
2001.
Na ocasião, a equipe do médico
Jacques Marescaux operou, de
Nova York (EUA), uma paciente
de 68 anos que estava em Estrasburgo, na França, para a remoção
da vesícula biliar por meio de laparoscopia (procedimento diagnóstico e terapêutico para examinar e realizar cirurgias através de
pequenas cânulas de metal).
Os dois pontos foram conectados por uma rede especial de fibra
óptica de propriedade da France
Telecom, utilizando o sistema
Zeus da empresa norte-americana Computer Motion (
www.computermotion.com). O vídeo
da cirurgia pode ser visto no site
www.techtv.com/news/culture/story /0,24195,3348689,00.html.
Na época, o médico declarou
que "as barreiras de espaço e distância caíram", sugerindo que futuramente poderiam ser realizadas operações on-line em naves
espaciais ou até mesmo em campos de batalha. Mas somente neste ano o sistema Zeus foi usado na
internet.
O Zeus é constituído de duas
partes básicas. Do lado do médico, existem duas pinças ligadas a
braços mecânicos que, em conjunto com telas que ampliam em
até 25 vezes o órgão operado, permitem ao médico visualizar e manipular os tecidos. As pinças funcionam como se fossem uma extensão, porém, a quilômetros de
distância, outros dois braços robotizados efetivamente tocam o
paciente reproduzindo os movimentos do cirurgião.
Em uma operação entre dois
hospitais canadenses, a uma distância de 400 km, a paciente Claudette Fortier, 66, foi operada pelo
médico Mehran Anvari devido a
um problema crônico de refluxo
de ácido estomacal.
Usando o serviço de IP VPN
(Internet Protocol Virtual Private
Network) da Bell Canadá, foi eliminada a necessidade de uma linha privada e dedicada entre paciente e médico.
O grande desafio era o atraso
(delay) de transmissão de imagens e movimentos dos instrumentos, já que meio segundo pode ser uma eternidade e representar a vida de uma pessoa na mesa
de operação. Neste quesito, as
duas cirurgias pioneiras foram
mais do que satisfatórias, pois o
atraso foi somente de 160 milissegundos. A íntegra da operação está no site da Computer Motion,
em www.computermotion.com/about/ newsroom/videos/canada_telesurgery.cfm.
O Brasil também já teve sua primeira experiência de operação à
longa distância, quando o médico
Louis Kavoussi operou remotamente um paciente com varicocele (varizes na bolsa escrotal), no
hospital Sírio Libanês. O equipamento usado foi o ASEOP, também de fabricação da Computer
Motion.
O tempo da intervenção foi de
apenas 20 minutos e a ligação entre os dois hospitais foi pela internet 2. Além do canal de comunicação para a cirurgia, vários médicos puderam acompanhar simultaneamente o procedimento
por uma videoconferência para o
Gran Meliá Hotel de São Paulo,
onde acontecia o 18º Congresso
Mundial de Endourologia.
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