São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Intimidade violada

JULIANO BARRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo o que você digitar poderá ser usado contra você.
Pessoas e empresas mal-intencionadas estão de olho nos seus rastros virtuais, que podem servir para encher sua caixa de e-mails de propaganda, para roubar sua senha do banco ou para expor sua vida pessoal.
Programas espiões atacam em massa, invadindo a maioria dos PCs do mundo. Mas, em muitos casos, a própria vítima deixa portas abertas para os inimigos. A facilidade de usar vários serviços on-line com apenas uma senha esconde riscos enormes para a privacidade do internauta. No começo do mês passado, visitantes do portal AOL perceberam isso. Devido a um erro, os dados das buscas feitas por 658 mil usuários ficaram expostos. As palavras pesquisadas não estavam atreladas aos nomes dos internautas, mas o vacilo da empresa serviu para mostrar a imensa quantidade de informação pessoal que a internet armazena, e como a combinação de tudo isso pode ser usada para acabar com a privacidade dos indivíduos.
"Imagine todas as tarefas que você realiza usando o Google. Depois, imagine o inverso, pense no que o Google sabe sobre você", propôs o analista de segurança da Academia Militar dos EUA, Gregory Conti, falando a um grupo de especialistas em Las Vegas.
"Hoje, o Google tem o número do seu telefone celular, fotos via satélite da sua casa, a lista de produtos que você compra e pode ler seus e-mails. Conectando tudo isso, podemos ver que é um monte de informação importante", disse.
Em uma pesquisa informal, a reportagem da Folha visitou cibercafés em São Paulo e viu que a falta de cuidado com os dados pessoais é um problema sério também no Brasil.
Senhas de sites e de programas, contas de e-mails e documentos puderam ser vistos sem a autorização de seus donos, graças ao desleixo dos usuários.
Com esses dados compilados, armazenados e cotejados, o que pode acontecer é o que Marc Rotenberg, do Centro de Informações sobre a Privacidade Eletrônica, um grupo de defesa da privacidade com sede em Washington, classifica como uma "uma bomba-relógio da privacidade".
Mas, por enquanto, você ainda pode tomar algumas medidas para se proteger.


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