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Intimidade violada
JULIANO BARRETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Tudo o que você digitar poderá ser usado contra você.
Pessoas e empresas mal-intencionadas estão de olho nos
seus rastros virtuais, que podem servir para encher sua caixa de e-mails de propaganda,
para roubar sua senha do banco
ou para expor sua vida pessoal.
Programas espiões atacam
em massa, invadindo a maioria
dos PCs do mundo. Mas, em
muitos casos, a própria vítima
deixa portas abertas para os
inimigos. A facilidade de usar
vários serviços on-line com
apenas uma senha esconde riscos enormes para a privacidade
do internauta. No começo do
mês passado, visitantes do portal AOL perceberam isso. Devido a um erro, os dados das buscas feitas por 658 mil usuários
ficaram expostos. As palavras pesquisadas não
estavam atreladas
aos nomes dos internautas, mas o
vacilo da empresa
serviu para mostrar a imensa quantidade de informação pessoal que a internet armazena, e como a combinação de tudo isso pode ser
usada para acabar com a privacidade dos indivíduos.
"Imagine todas as tarefas que
você realiza usando o Google.
Depois, imagine o inverso, pense no que o Google sabe sobre
você", propôs o analista de segurança da Academia Militar
dos EUA, Gregory Conti, falando a um grupo de especialistas
em Las Vegas.
"Hoje, o Google tem o número do seu telefone celular, fotos
via satélite da sua casa, a lista de
produtos que você compra e
pode ler seus e-mails. Conectando tudo isso, podemos ver
que é um monte de informação
importante", disse.
Em uma pesquisa informal, a
reportagem da Folha visitou
cibercafés em São Paulo e viu
que a falta de cuidado com os
dados pessoais é um problema
sério também no Brasil.
Senhas de sites e de programas, contas de e-mails e documentos puderam ser vistos
sem a autorização de seus donos, graças ao desleixo dos
usuários.
Com esses dados compilados, armazenados e cotejados,
o que pode acontecer é o que
Marc Rotenberg, do Centro de
Informações sobre a Privacidade Eletrônica, um grupo de defesa da privacidade com sede
em Washington, classifica como uma "uma bomba-relógio
da privacidade".
Mas, por enquanto, você ainda pode tomar algumas medidas para se proteger.
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