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TESTE USP
Retrospectiva aponta popularização de câmeras no mercado nacional; micros de mão ganham conexão sem fio
Máquina fotográfica digital foi o destaque de 2003
ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Publicado pela Folha desde
1992, o Teste USP se caracteriza
por apresentar ao leitor os pontos
positivos e as deficiências dos
equipamentos ou programas testados. Os produtos são avaliados
nos laboratórios da USP em São
Carlos. As avaliações, que são realizadas por docentes e pesquisadores do Instituto de Ciências
Matemáticas e da Computação
(ICMC), procuram analisar qualidade, desempenho, relação custo-benefício, manuais e facilidade de
instalação e de uso dos produtos.
Caracterizando a tendência dos
últimos anos, o destaque de 2003
foi a computação portátil. Notebooks, palmtops (computadores
de mão), toca-MP3, celulares e
máquinas fotográficas digitais
marcaram presença no mercado e
confirmaram a popularização da
tecnologia portátil.
A sensação de 2003, no mercado
nacional, foi a máquina fotográfica digital. Além da diminuição
dos custos, a diversificação de opções foi uma das responsáveis pelo sucesso de vendas. Também
notáveis foram as câmeras integradas ou já instaladas em produtos como celulares e palmtops.
Desknotes
Para os PCs portáteis, o mercado apostou na variedade de opções. Um exemplo de redução de
custos foi a categoria de desknotes. Com porte similar aos notebooks, esses computadores usam
componentes de PCs de mesa, o
que reduz seu custo.
Já os computadores de mão,
além de consolidar sua popularização, indicaram o crescimento
da tendência de conectividade.
É cada vez mais frequente a presença de placa de rede sem fio
(bluetooth) nos modelos atuais,
permitindo o acesso a redes locais
e à internet. No mercado nacional, a novidade de 2003 foram os
micros de mão que trazem funções de telefone celular.
Seguindo essa tendência, nos
próximos anos deveremos encontrar computadores de mão tão
poderosos quanto os notebooks
atuais e capazes de oferecer recursos telefônicos e acessar redes.
As redes sem fio, que deverão
interconectar os computadores
portáteis e os palmtops, estiveram
presentes em 2003, mas ainda de
forma tímida. Mais difundida no
exterior, essa tecnologia ainda
não é popular no Brasil.
PCs de mesa
No mercado dos desktops, a variedade também esteve presente.
Além de lançar PCs com processadores cada vez mais poderosos
(e caros), os fabricantes também
se preocuparam com o mercado
dos modelos de baixo custo.
Nesse ramo, o maior destaque
foi para a empresa Via, que lançou uma linha de produtos voltados para a produção de computadores (de mesa e portáteis) de baixo custo.
A crise do mercado e o dólar em
patamar elevado acentuaram a
concorrência no mercado nacional, fazendo surgir diversos produtos alternativos com preços
atraentes. A corrida pela redução
de custos muitas vezes acarretou a
introdução de hardware (peças de
computador) de baixa qualidade.
Programas
No mercado de software, a concorrência foi mais positiva. Um
exemplo são os pacotes de escritório (office) alternativos. Foram
analisados pelo Teste USP os pacotes StarOffice, da Sun, e WordPerfect Office, da Corel, que apresentaram excelentes avaliações
-o pacote da Sun obteve a maior
nota geral do ano.
Ainda no mundo dos programas, uma tendência é a parceria
entre empresas de desenvolvimento e a comunidade de software livre (programadores voluntários que criam softwares com código aberto). A técnica é vista como uma nova forma de desenvolvimento de software. Diversos
programas compatíveis com os
sistemas operacionais Linux e
Windows são frutos dessa aproximação, sendo o StarOffice e o
Netscape os exemplos mais populares. Entre os sistemas operacionais, a novidade foi o Windows
Server 2003. O produto marcou a
entrada da Microsoft na briga pelo mercado de servidores, hoje liderado pelo sistema Linux.
Notas
Em 2003, a média das notas atribuídas aos produtos testados foi
3,97. Ela se
manteve próxima à de 2002 (4,01),
mas ainda abaixo da média de
2001 (4,32).
Isso se explica porque a alta do
dólar e a crise econômica motivaram o lançamento de produtos de
baixo custo, muitas vezes acarretando perda de qualidade. O consumidor deve continuar atento ao
apelo do mercado e procurar
sempre avaliar a relação custo-benefício dos produtos que pretende comprar nos próximos meses.
Odemir Martinez Bruno é doutor em
física pelo IFSC-USP, docente e pesquisador do ICMC-USP. Atua nas áreas de visão artificial, análise de imagens, computação paralela e bioinformática.
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