São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

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TESTE USP

Retrospectiva aponta popularização de câmeras no mercado nacional; micros de mão ganham conexão sem fio

Máquina fotográfica digital foi o destaque de 2003

ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Publicado pela Folha desde 1992, o Teste USP se caracteriza por apresentar ao leitor os pontos positivos e as deficiências dos equipamentos ou programas testados. Os produtos são avaliados nos laboratórios da USP em São Carlos. As avaliações, que são realizadas por docentes e pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC), procuram analisar qualidade, desempenho, relação custo-benefício, manuais e facilidade de instalação e de uso dos produtos.
Caracterizando a tendência dos últimos anos, o destaque de 2003 foi a computação portátil. Notebooks, palmtops (computadores de mão), toca-MP3, celulares e máquinas fotográficas digitais marcaram presença no mercado e confirmaram a popularização da tecnologia portátil.
A sensação de 2003, no mercado nacional, foi a máquina fotográfica digital. Além da diminuição dos custos, a diversificação de opções foi uma das responsáveis pelo sucesso de vendas. Também notáveis foram as câmeras integradas ou já instaladas em produtos como celulares e palmtops.

Desknotes
Para os PCs portáteis, o mercado apostou na variedade de opções. Um exemplo de redução de custos foi a categoria de desknotes. Com porte similar aos notebooks, esses computadores usam componentes de PCs de mesa, o que reduz seu custo.
Já os computadores de mão, além de consolidar sua popularização, indicaram o crescimento da tendência de conectividade.
É cada vez mais frequente a presença de placa de rede sem fio (bluetooth) nos modelos atuais, permitindo o acesso a redes locais e à internet. No mercado nacional, a novidade de 2003 foram os micros de mão que trazem funções de telefone celular.
Seguindo essa tendência, nos próximos anos deveremos encontrar computadores de mão tão poderosos quanto os notebooks atuais e capazes de oferecer recursos telefônicos e acessar redes.
As redes sem fio, que deverão interconectar os computadores portáteis e os palmtops, estiveram presentes em 2003, mas ainda de forma tímida. Mais difundida no exterior, essa tecnologia ainda não é popular no Brasil.

PCs de mesa
No mercado dos desktops, a variedade também esteve presente. Além de lançar PCs com processadores cada vez mais poderosos (e caros), os fabricantes também se preocuparam com o mercado dos modelos de baixo custo.
Nesse ramo, o maior destaque foi para a empresa Via, que lançou uma linha de produtos voltados para a produção de computadores (de mesa e portáteis) de baixo custo.
A crise do mercado e o dólar em patamar elevado acentuaram a concorrência no mercado nacional, fazendo surgir diversos produtos alternativos com preços atraentes. A corrida pela redução de custos muitas vezes acarretou a introdução de hardware (peças de computador) de baixa qualidade.

Programas
No mercado de software, a concorrência foi mais positiva. Um exemplo são os pacotes de escritório (office) alternativos. Foram analisados pelo Teste USP os pacotes StarOffice, da Sun, e WordPerfect Office, da Corel, que apresentaram excelentes avaliações -o pacote da Sun obteve a maior nota geral do ano.
Ainda no mundo dos programas, uma tendência é a parceria entre empresas de desenvolvimento e a comunidade de software livre (programadores voluntários que criam softwares com código aberto). A técnica é vista como uma nova forma de desenvolvimento de software. Diversos programas compatíveis com os sistemas operacionais Linux e Windows são frutos dessa aproximação, sendo o StarOffice e o Netscape os exemplos mais populares. Entre os sistemas operacionais, a novidade foi o Windows Server 2003. O produto marcou a entrada da Microsoft na briga pelo mercado de servidores, hoje liderado pelo sistema Linux.

Notas
Em 2003, a média das notas atribuídas aos produtos testados foi 3,97. Ela se manteve próxima à de 2002 (4,01), mas ainda abaixo da média de 2001 (4,32).
Isso se explica porque a alta do dólar e a crise econômica motivaram o lançamento de produtos de baixo custo, muitas vezes acarretando perda de qualidade. O consumidor deve continuar atento ao apelo do mercado e procurar sempre avaliar a relação custo-benefício dos produtos que pretende comprar nos próximos meses.


Odemir Martinez Bruno é doutor em física pelo IFSC-USP, docente e pesquisador do ICMC-USP. Atua nas áreas de visão artificial, análise de imagens, computação paralela e bioinformática.


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