|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entretenimento
Internet revoluciona o rumo da televisão
NOVA ERA Antigos rivais e novos parceiros, da Microsoft a clubes de futebol, estão de olho no mercado de vídeos on-line
GUSTAVO VILLAS BOAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mercado de vídeos on-line
entra em uma nova era. O BitTorrent fechou contrato com
os estúdios de Hollywood para
vender e alugar filmes pela rede. A Viacom -empresa por
trás da MTV e da Paramount-
vai ter conteúdo transmitido
pela TV via internet Joost. E a
liga de basquete NBA fez acordo com o YouTube, assim como
a rede inglesa BBC.
Essas negociações mostram
o movimento em busca de um
bocado do bolo que teve como
cereja o YouTube, no ano passado. E que deve crescer mais,
de acordo com analistas.
No final de 2006, segundo
uma pesquisa de mercado de
alta tecnologia da In-Stat, havia
no mundo 13 milhões de casas
que acessavam regularmente
serviços de vídeos. Esse número deve crescer dez vezes até
2010, conforme o estudo.
A empresa de análise de mercado de mídia e telecom Informa dourou esse dado: em 2012,
o mercado de vídeo on-line deve gerar US$ 6,3 bilhões.
O Google mostrou apostar
nessas previsões. Pagou pelo
YouTube US$ 1,65 bilhão no
ano passado. Ou, segundo o
analista Robert Perck disse à
Bloomberg, mais de cem vezes
o que o site faturou em 2006.
Nova onda
Ter lucro com o conteúdo gerado pelo usuário, o forte do
YouTube, ainda é um desafio.
Por um lado, as empresas titubeiam em atrelar seus anúncios
a um vídeo desconhecido. Por
outro, os internautas podem
reagir mal ao ver que suas férias
no campo estão sendo bombardeadas por propagandas.
Mas, ao passo que os filmes
na internet têm roubado audiência da televisão, é inevitável que produtores olhem para
a rede, garantindo público aos
seus anunciantes.
A jornada da Viacom é exemplar. Ela preparou o terreno pedindo a retirada de 100 mil clipes do YouTube. Na seqüência,
anunciou um acordo com o
Joost, que só vai ter conteúdo
protegido e está em fase de testes para convidados.
A aposta tem motivação sólida. Por trás do Joost, estão os
criadores do Kazaa -que fez
bombar a troca de vídeos- e do
Skype, de telefonia on-line.
O YouTube também dá seus
pulos atrás de parcerias. As ligas norte-americanas de
hóquei e de basquete têm acordo com o site. A NBA manda
material exclusivo para o portal, mas incentiva os fãs a enviarem os próprios filmes. Já a
BBC usará o site para promover
suas mídias tradicionais.
O time inglês de futebol
Chelsea já aderiu à onda, com
um canal no YouTube. E 7 dos
16 finalistas da Copa dos Campeões da Uefa -como o Barcelona- mandaram representantes para um evento sobre transmissões pela internet na última
quinta-feira, na Inglaterra.
Muitos meios
As empresas aproveitam a
plasticidade da internet para
exibir e enviar vídeos, além da
convergência de recursos multimídia. Um exemplo: a Verizon, uma das gigantes da telefonia celular norte-americana,
com 57 milhões de consumidores, exibe filmes do YouTube
nos aparelhinhos mediante
assinatura.
As gigantes dos computadores também mostram suas armas para entrar no mercado de
vídeos da internet. Um dos recursos mais badalados do novo
Windows Vista é o Media Center, que administra a integração entre o micro e a televisão.
A Apple aposta no AppleTV,
que leva, sem fio, o conteúdo do
iTunes (a loja on-line de conteúdo multimídia da empresa)
à televisão.
Gerry Kaufhold, analista da
In-Stat, disse que os portais gigantes buscam um caminho para que seus serviços sigam os
usuários de tela em tela durante o dia. E resume: "O futuro da
televisão está, lentamente, sendo definido on-line".
Texto Anterior: Câmeras Próximo Texto: Especialistas Índice
|