São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Games são machistas, diz designer

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A indústria dos games é dominada pelos homens. E as mulheres que trabalham nessa área se sentem isoladas.
"Uma espaço de trabalho variado e equilibrado geraria melhores jogos e, a longo prazo, tecnologias mais acessíveis para todos". A opinião é de Sheri Graner Ray, presidente da Women in Games International.
Para ela, a organização, fundada em 2005, ajuda a reunir as mulheres desse setor, aumentando as chances de elas serem ouvidas. Ontem, a entidade realizou uma conferência na sede da Eletronic Arts, nos EUA.
Ela não acha que existam "idéias femininas" que possam colaborar com o mercado. Mas, para que um produto atinja uma grande audiência, a força de trabalho deve refletir isso.
Graner diz que a caracterização dos personagens é um dos pontos polêmicos nessa indústria. Ela é designer de games e escreveu um livro sobre o assunto.
A designer pondera que, nos jogos, homens e mulheres têm valorizadas características que os tornem "heróis" ûjovens, fortes, viris ou férteis. Só que as personagens femininas têm ainda mais destacados traços que mostram disposição sexual.
"Nelas, são exagerados os sinais físicos que indicam ‘Estou pronta para sexo, agora". Como exemplo, ela cita os mamilos protuberantes e a boca aberta, que remete à respiração ofegante.
Assim como os meninos ficam desconfortáveis olhando figuras masculinas hipersexualizadas, explicou, as meninas também ficam. "Então, elas simplesmente se afastam dos jogos."
"Isso significa que os personagens não devem ser atraentes?", ela mesmo questionou, em e-mail à Folha, para responder: "Não! Apenas não os tornem hipersexualizados". (GVB)


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