São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Comportamento

Mãe viúva faz blog para que filho conheça o pai

DA REPORTAGEM LOCAL

Cristiana Guerra, 37, criou um blog para falar com o filho Francisco, quando ele tinha apenas quatro meses de idade. Depois da perda súbita do marido, aos sete meses de gravidez, a publicitária mineira precisou de força para enfrentar a angústia de perder um grande amor, ao mesmo tempo em que outro chegava.
Com os textos, Cristiana quer deixar para o filho, hoje com um ano, um registro de uma memória do pai que ele nunca conheceu. O Para Francisco (www.parafrancisco.blogspot.com) recebe cerca 1.800 visitas por dia, durante a semana. "As pessoas se emocionam muito, aprendem a dar valor ao que têm hoje (família, amores), dizem que aprenderam a viver mais o momento, é impressionante", diz Cristiana. "Se não fosse a existência do meu filho e o blog, acho que eu não teria dado conta."
Como várias mães, Cristiana usa a internet para falar com os filhos, sobre os filhos e, também, para trocar experiências com outras mulheres. Segundo o Pew Internet & America Life Project, nos EUA, 83% dos pais com filhos menores de idade usam a internet para se aproximar deles.
No Brasil, Juliana Sampaio e Laura Guimarães estão entre as primeiras a falar sobre maternidade em blog. Elas mantêm o Mothern (www.mothern.blogspot.com) desde 2002 -e já viram os posts transformados em livro ("Mothern - Manual da Mãe Moderna", ed. Matrix), coluna em revista e seriado de TV, no canal pago GNT. "O blog surgiu da nossa vontade de compartilhar com as pessoas o nosso deslumbramento e o nosso absoluto espanto com a materninade e com todas as questões que ela traz", afirma Juliana, mãe de Alice, 7. "Sempre nos perguntamos qual é o lugar da mulher desse começo de milênio, dessa mãe numa sociedade em transformação", completa Laura, 38, mãe de Nina, 12, e Gabriela, 9.
Depois de anos on-line falando sobre a experiência de ser mãe, elas começam a interagir com os rebentos. Juliana usa o MSN para falar com a filha. "É ótimo eu poder dar um suporte para ela, mesmo à distância. Outro dia cheguei em casa, e ela já tinha montado sozinha um Power Point para um trabalho da escola. Claro que a "mãe nerd" ficou to da orgulhosa." (DA)


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