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Jovem magnata quer mais e cria rede de mídia pessoal
EMPREENDEDOR > Conheça as aventuras de Max Levchin, co-fundador do PayPal
POR GARY RIVLIN
DO "NEW YORK TIMES"
Max Levchin não se afasta facilmente do trabalho.
Alguns anos atrás, Levchin,
um dos jovens príncipes do Vale do Silício -região da Califórnia que abriga grandes empresas de informática-, comprou
por US$ 3,4 milhões sua primeira casa, um imóvel com 12
quartos localizado no alto de
uma colina de San Francisco.
Mas Levchin, que fez fortuna
aos 27 anos de idade vendendo
o PayPal, o serviço de pagamentos on-line que ajudou a
fundar em 1998, nunca se mudou para aquele endereço. Ele
vendeu a casa dois anos mais
tarde, sem ter dormido nem
mesmo uma noite lá.
Maximillian Rafael Levchin
nasceu e cresceu em Kiev,
Ucrânia -um judeu vivendo
sob o regime soviético por 16
anos. Quando a União Soviética
começou a desmoronar, a família mudou-se para os EUA e
passou a viver em Chicago.
Hoje, ele mora na segunda
casa que comprou, um imóvel
ainda mais caro, encontrado
para ele por Nellie Minkova,
namorada durante oito anos do
empresário e hoje sua noiva.
Mas Levchin vive tão absorvido pela sua segunda empresa,
que envolve o compartilhamento de fotos e vídeos pela internet, que as caixas contendo
o que descreveu como "85%
dos meus bens materiais" continuam na sala de estar, cinco
meses depois da mudança.
Nova geração
Levchin, que hoje tem 32
anos de idade, é um típico representante da nova geração de
jovens magnatas do Vale do Silício, que podem ser chamados
de prematuramente ricos -fanáticos por tecnologia que ganham milhões de dólares em
uma idade na qual muitas pessoas apenas começam a descobrir o que fazer de suas vidas.
A internet, um meio de comunicação de baixo custo com
alcance global, acelerou em
grande medida o fenômeno da
criação de riquezas, produzindo uma safra ampla de multimilionários ainda mais jovens e
mais ricos do que no passado.
Eles estão contentes por serem ricos, claro, mas muitos
desses magnatas da tecnologia
com rostos de criança parecem
indiferentes ao poder de compra do seu dinheiro, pelo menos nesse estágio de suas vidas.
Em vez disso, quase todos escolheram mergulhar uma vez
mais em empresas recém-fundadas, nem tanto porque querem uma nova casa espetacular
ou um jatinho, mas porque estão competindo consigo mesmos e uns com os outros.
"Fazer isso de novo significa
superar o que fizemos anteriormente", afirmou Peter Thiel,
parceiro de Levchin no PayPal
que também criou um negócio
na área financeira.
Mesmo nesse agitado grupo
de superempreendedores, Levchin destaca-se. Em parte porque superar o PayPal pode ser
um objetivo quase impossível.
Levchin reconhece que já ganhou mais dinheiro do que poderia gastar em toda a vida.
Disse que veria a Slide
(www.slide.com), o site que
lançou em 2005, como um sucesso quando valesse "ao menos US$ 1,54 bilhão" -o valor
que o site de leilões on-line
eBay pagou pelo PayPal.
Na época do PayPal, Levchin
chegou a dormir no escritório
de tanto que trabalhava.
Hoje, apesar do fenomenal
sucesso do PayPal, que lhe conferiu o grosso de uma fortuna
de cerca de US$ 100 milhões,
Levchin ainda trabalha uma
média de 15 a 18 horas por dia.
"Às vezes, saímos para jantar
fora, ele dorme algumas horas,
faz exercícios físicos", contou
Minkova. "Mas, fora isso, Max
só trabalha."
Um amigo dele, Dennis
Fong, que vendeu a empresa
MTV Networks no ano passado
por US$ 102 milhões (e que já
trabalha com um novo negócio), falou sobre a "estranha
rosnada" que Levchin costuma
dar quando alguém menciona o
nome de seu maior rival, a
RockYou (www.rockyou.com/index_pt.php).
E Levchin comprometeu-se
a tal ponto com o sucesso da
Slide.com que mantém sobre
sua mesa um aparelho para medir a pressão arterial.
"Eu não sei o que faria se não
pudesse criar empresas", afirmou. "Eu provavelmente pensaria em cortar os pulsos."
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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