São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

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Jovem magnata quer mais e cria rede de mídia pessoal

EMPREENDEDOR > Conheça as aventuras de Max Levchin, co-fundador do PayPal

POR GARY RIVLIN
DO "NEW YORK TIMES"

Max Levchin não se afasta facilmente do trabalho. Alguns anos atrás, Levchin, um dos jovens príncipes do Vale do Silício -região da Califórnia que abriga grandes empresas de informática-, comprou por US$ 3,4 milhões sua primeira casa, um imóvel com 12 quartos localizado no alto de uma colina de San Francisco.
Mas Levchin, que fez fortuna aos 27 anos de idade vendendo o PayPal, o serviço de pagamentos on-line que ajudou a fundar em 1998, nunca se mudou para aquele endereço. Ele vendeu a casa dois anos mais tarde, sem ter dormido nem mesmo uma noite lá.
Maximillian Rafael Levchin nasceu e cresceu em Kiev, Ucrânia -um judeu vivendo sob o regime soviético por 16 anos. Quando a União Soviética começou a desmoronar, a família mudou-se para os EUA e passou a viver em Chicago.
Hoje, ele mora na segunda casa que comprou, um imóvel ainda mais caro, encontrado para ele por Nellie Minkova, namorada durante oito anos do empresário e hoje sua noiva.
Mas Levchin vive tão absorvido pela sua segunda empresa, que envolve o compartilhamento de fotos e vídeos pela internet, que as caixas contendo o que descreveu como "85% dos meus bens materiais" continuam na sala de estar, cinco meses depois da mudança.

Nova geração
Levchin, que hoje tem 32 anos de idade, é um típico representante da nova geração de jovens magnatas do Vale do Silício, que podem ser chamados de prematuramente ricos -fanáticos por tecnologia que ganham milhões de dólares em uma idade na qual muitas pessoas apenas começam a descobrir o que fazer de suas vidas.
A internet, um meio de comunicação de baixo custo com alcance global, acelerou em grande medida o fenômeno da criação de riquezas, produzindo uma safra ampla de multimilionários ainda mais jovens e mais ricos do que no passado.
Eles estão contentes por serem ricos, claro, mas muitos desses magnatas da tecnologia com rostos de criança parecem indiferentes ao poder de compra do seu dinheiro, pelo menos nesse estágio de suas vidas.
Em vez disso, quase todos escolheram mergulhar uma vez mais em empresas recém-fundadas, nem tanto porque querem uma nova casa espetacular ou um jatinho, mas porque estão competindo consigo mesmos e uns com os outros.
"Fazer isso de novo significa superar o que fizemos anteriormente", afirmou Peter Thiel, parceiro de Levchin no PayPal que também criou um negócio na área financeira.
Mesmo nesse agitado grupo de superempreendedores, Levchin destaca-se. Em parte porque superar o PayPal pode ser um objetivo quase impossível. Levchin reconhece que já ganhou mais dinheiro do que poderia gastar em toda a vida.
Disse que veria a Slide (www.slide.com), o site que lançou em 2005, como um sucesso quando valesse "ao menos US$ 1,54 bilhão" -o valor que o site de leilões on-line eBay pagou pelo PayPal.
Na época do PayPal, Levchin chegou a dormir no escritório de tanto que trabalhava.
Hoje, apesar do fenomenal sucesso do PayPal, que lhe conferiu o grosso de uma fortuna de cerca de US$ 100 milhões, Levchin ainda trabalha uma média de 15 a 18 horas por dia.
"Às vezes, saímos para jantar fora, ele dorme algumas horas, faz exercícios físicos", contou Minkova. "Mas, fora isso, Max só trabalha."
Um amigo dele, Dennis Fong, que vendeu a empresa MTV Networks no ano passado por US$ 102 milhões (e que já trabalha com um novo negócio), falou sobre a "estranha rosnada" que Levchin costuma dar quando alguém menciona o nome de seu maior rival, a RockYou (www.rockyou.com/index_pt.php).
E Levchin comprometeu-se a tal ponto com o sucesso da Slide.com que mantém sobre sua mesa um aparelho para medir a pressão arterial. "Eu não sei o que faria se não pudesse criar empresas", afirmou. "Eu provavelmente pensaria em cortar os pulsos."


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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