São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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FOTOGRAFIA

Resolução de 6 milhões de pontos e controle preciso são destaques da FinePix; peso e preço podem assustar

Digital de 6 Mpixels é para profissionais

Marcelo Vaz/Folha Imagem
Vela, em foto realizada com a S2 Pro, objetiva macro e ISO baixo


MARCELO VAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A FinePix S2 Pro, nova câmera fotográfica digital profissional da Fuji, não tem como atrativo a multiplicidade de usos: não grava vídeos e não serve como toca-MP3 ou webcam. Sua utilidade é restrita a estúdios e fotógrafos que procuram o máximo controle sobre a composição.
É literalmente como se estivesse usando uma câmera reflex comum (a S2 Pro é compatível com os modelos F80 e N80, da Nikon), mas sem filme e com alta resolução efetiva, 6,17 milhões de pontos -alcançada por poucos produtos no mercado, como a Nikon D100 e a Canon EOS-D60.
Com auxílio de software, a imagem interpolada chega a 12,12 Mpixels (4.256x2.848 pixels), nada menos que 36x24 cm a 300 ppp (pontos por polegada).
O ISO (a sensibilidade) da câmera varia de 100 a 1.600. Quanto maior o ISO, maior a possibilidade de fotografar em ambientes de baixa luminosidade com velocidade rápida (o suficiente para não borrar imagens) e sem usar flash.
No entanto, um ISO alto comparado a um baixo apresenta, na digital, uma perda no realismo das cores e na nitidez. Em máquinas comuns, o resultado é o aumento na granulação da imagem.
Em contrapartida, uma vantagem da digital em relação às suas semelhantes convencionais é que torna-se fácil a sobreposição, o ato de fotografar uma ou mais vezes sobre o mesmo quadro. Basta fotografar uma vez, "segurar" o resultado e clicar novamente.
É notável a rapidez com que a FinePix S2 Pro capta as fotos desejadas: olhou, disparou, captou -reduzindo as chances de perder o "momento decisivo", como acontece com digitais amadoras.
Em cenas com movimento, também surpreende a rapidez para fotos em sequência: a câmera registra sete imagens seguidas em cerca de quatro segundos.
A demora fica por conta da gravação de arquivos, o que é compreensível: o tamanho médio de uma foto com resolução máxima e qualidade normal é 2 Mbytes.
Para fugir desse problema, pode-se utilizar como artifício a opção de sobreposição. Você fotografa, vê a prévia e, em vez de "segurar" o quadro, pode salvá-lo ou descartá-lo. Dispense as fotos que não o agradarem.
Ter um cartão de 128 Mbytes (SmartMedia ou Superdrive, um tipo de CompactFlash) é o mínimo para aproveitar o potencial da câmera. Usar menos memória ou resolução menor que a máxima é como ter um carro de corrida com motor de "popular".
Para usá-la no dia-a-dia, é bom ter braços fortes. Sem pilhas e sem objetiva, a máquina pesa 760 gramas. Combinada com o restante do equipamento, pode facilmente chegar a um quilo.
A FinePix S2 Pro, que já está no mercado norte-americano há cerca de meio ano, chega ao Brasil por R$ 18 mil (mais informações: Fujifilm, tel. 0800 12-8600), sem cartão de memória e objetiva, um investimento que vale a pena somente para quem tem orçamento elástico. Do contrário, a mesma quantia paga um aparelho profissional não-digital e centenas de revelações e ampliações.


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