São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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RETROSPECTIVA

Teste USP completa 300 avaliações em dez anos de existência; nota média de produtos foi menor no ano passado

Portáteis e micros baratos foram destaques em 2002

ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 2002, o Teste USP, que é produzido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e publicado pela Folha, completou dez anos.
Publicada quinzenalmente no caderno de Informática, a seção Teste USP apresenta os pontos positivos e as deficiências dos equipamentos ou programas avaliados, fornecendo informações imparciais sobre os produtos.
Em outubro, a seção Teste USP atingiu a marca de 300 testes realizados ao longo de seus dez anos de existência. Os produtos avaliados são selecionados pela equipe da Folha e enviados para os laboratórios da USP/São Carlos, onde são testados.
Os produtos são entregues para os testes exatamente nas mesmas condições (embalagem e conteúdo) em que são encontrados nas prateleiras pelos consumidores.
As avaliações são realizadas por docentes e pesquisadores do ICMC-USP, que visam a analisar quesitos como qualidade, desempenho, relação custo-benefício, facilidade de instalação e de uso.

Mercado
A diminuição dos preços dos equipamentos, a concorrência e a oferta de produtos alternativos e competitivos marcaram 2002.
Equipamentos anteriormente considerados sonhos de consumo começaram a popularizar-se, como foi observado com os monitores de LCD (cristal líquido), os toca-MP3 portáteis e as câmeras fotográficas digitais, que estão cada vez mais comuns no mercado de informática.
O consumidor brasileiro, entretanto, não compartilhou do mesmo otimismo, já que a alta do dólar prejudicou o mercado de informática ao longo de todo o ano.

Tecnologia
Os destaques de 2002 foram os portáteis. A computação móvel demonstrou ser uma realidade consolidada no mercado.
Para atingir cada vez mais usuários e aplicações, os fabricantes se preocuparam em aumentar as opções disponíveis.
Desse modo, além do lançamento de equipamentos sofisticados e poderosos, também houve uma preocupação com a diminuição dos custos -infelizmente, cotados em dólar- tanto para os handhelds (computadores de mão) como para os notebooks.
A integração entre a computação móvel e a tradicional e os equipamentos que podem ser acoplados em ambos os tipos de PCs também foram tendências consolidadas em 2002.
São exemplos de uso misto os discos rígidos externos (como o Iomega avaliado em maio), que podem ser utilizados em ambos os sistemas de computação e permitem trocar informações, e os novos equipamentos de uso externo, como a placa de som Extigy (também testada em maio).
Um dos fatores que auxiliaram esta tendência foi a consolidação das portas seriais de alto desempenho -padrões USB 2.0 e Firewire-, que favorecem a ligação de dispositivos externos.
No caso das tecnologias de integração, um destaque foi o sistema bluetooth, que possibilita a troca de informações e permite que micros de mão acessem redes (inclusive a internet) por meio de notebooks ou PCs de mesa.
No mercado de desktops, a preocupação com a variedade de escolhas e preferências também foi marcante. Além de criar computadores com processadores cada vez mais poderosos e caros, os fabricantes também se preocuparam com o mercado das máquinas de baixo custo.
Como muitas aplicações não exigem o desempenho oferecido por processadores de última geração (Pentium 4 e Athlon, por exemplo), é importante para o consumidor a opção de compra de um equipamento de baixo custo com desempenho satisfatório, que apresente boa qualidade.
Mas o interesse por máquinas mais acessíveis, que está ligado à alta do dólar, nem sempre trouxe bons resultados para o consumidor. Em alguns casos, os produtos tinham baixa qualidade ou apresentavam relação custo-benefício ruim. Isso se refletiu nas notas atribuídas aos produtos: em 2002, a média foi 4,01, menos do que os 4,32 verificados em 2001.


Odemir Martinez Bruno é professor-doutor do ICMC-USP, onde atua como pesquisador em visão artificial e computação paralela. Atualmente é coordenador do Teste USP.


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