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RETROSPECTIVA
Teste USP completa 300 avaliações em dez anos de existência; nota média de produtos foi menor no ano passado
Portáteis e micros baratos foram destaques em 2002
ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em 2002, o Teste USP, que é
produzido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo
(ICMC-USP) e publicado pela Folha, completou dez anos.
Publicada quinzenalmente no caderno de Informática, a seção
Teste USP apresenta os pontos
positivos e as deficiências dos
equipamentos ou programas avaliados, fornecendo informações
imparciais sobre os produtos.
Em outubro, a seção Teste USP
atingiu a marca de 300 testes realizados ao longo de seus dez anos
de existência. Os produtos avaliados são selecionados pela equipe
da Folha e enviados para os laboratórios da USP/São Carlos, onde
são testados.
Os produtos são entregues para
os testes exatamente nas mesmas
condições (embalagem e conteúdo) em que são encontrados nas
prateleiras pelos consumidores.
As avaliações são realizadas por
docentes e pesquisadores do
ICMC-USP, que visam a analisar
quesitos como qualidade, desempenho, relação custo-benefício,
facilidade de instalação e de uso.
Mercado
A diminuição dos preços dos
equipamentos, a concorrência e a
oferta de produtos alternativos e
competitivos marcaram 2002.
Equipamentos anteriormente
considerados sonhos de consumo
começaram a popularizar-se, como foi observado com os monitores de LCD (cristal líquido), os toca-MP3 portáteis e as câmeras fotográficas digitais, que estão cada
vez mais comuns no mercado de
informática.
O consumidor brasileiro, entretanto, não compartilhou do mesmo otimismo, já que a alta do dólar prejudicou o mercado de informática ao longo de todo o ano.
Tecnologia
Os destaques de 2002 foram os
portáteis. A computação móvel
demonstrou ser uma realidade
consolidada no mercado.
Para atingir cada vez mais usuários e aplicações, os fabricantes se
preocuparam em aumentar as
opções disponíveis.
Desse modo, além do lançamento de equipamentos sofisticados e poderosos, também houve
uma preocupação com a diminuição dos custos -infelizmente,
cotados em dólar- tanto para os
handhelds (computadores de
mão) como para os notebooks.
A integração entre a computação móvel e a tradicional e os
equipamentos que podem ser
acoplados em ambos os tipos de
PCs também foram tendências
consolidadas em 2002.
São exemplos de uso misto os
discos rígidos externos (como o
Iomega avaliado em maio), que
podem ser utilizados em ambos
os sistemas de computação e permitem trocar informações, e os
novos equipamentos de uso externo, como a placa de som Extigy
(também testada em maio).
Um dos fatores que auxiliaram
esta tendência foi a consolidação
das portas seriais de alto desempenho -padrões USB 2.0 e Firewire-, que favorecem a ligação
de dispositivos externos.
No caso das tecnologias de integração, um destaque foi o sistema
bluetooth, que possibilita a troca
de informações e permite que micros de mão acessem redes (inclusive a internet) por meio de notebooks ou PCs de mesa.
No mercado de desktops, a
preocupação com a variedade de
escolhas e preferências também
foi marcante. Além de criar computadores com processadores cada vez mais poderosos e caros, os
fabricantes também se preocuparam com o mercado das máquinas de baixo custo.
Como muitas aplicações não
exigem o desempenho oferecido
por processadores de última geração (Pentium 4 e Athlon, por
exemplo), é importante para o
consumidor a opção de compra
de um equipamento de baixo custo com desempenho satisfatório,
que apresente boa qualidade.
Mas o interesse por máquinas
mais acessíveis, que está ligado à
alta do dólar, nem sempre trouxe
bons resultados para o consumidor. Em alguns casos, os produtos
tinham baixa qualidade ou apresentavam relação custo-benefício
ruim. Isso se refletiu nas notas
atribuídas aos produtos: em 2002,
a média foi 4,01, menos do que os
4,32 verificados em 2001.
Odemir Martinez Bruno é professor-doutor do ICMC-USP, onde atua como
pesquisador em visão artificial e computação paralela. Atualmente é coordenador do Teste USP.
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