São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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ANIVERSÁRIO

Inventado em 1968, só 15 anos depois o mouse passou a integrar o computador pessoal, com a chegada do Lisa

Mouse chega aos 20 sem fio e funcionando em 3D

RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se em 20 anos a vida de uma pessoa pode mudar completamente, avalie o que este tempo não fez no mundo dos computadores. Só o que se mostrou completamente essencial se manteve nesse período. Um desses sobreviventes é o mouse. Em 1983, foi colocado pela primeira vez no mercado um computador pessoal equipado com interface gráfica (tela com ícones que dão acesso a funções do sistema) e, por consequência, com o famoso camundongo mecânico. Os admiradores da história da computação já devem ter ouvido falar do controverso nascimento da interface gráfica (GUI, na sigla em inglês). Em visita à Xerox, Steve Jobs, um dos donos da Apple, foi apresentado a um sistema operacional que trocava os difíceis e compridos comandos -escritos- por ícones visuais, que, auxiliados por um mouse, diminuíam consideravelmente o trabalho do usuário. O desenvolvimento da técnica foi suspenso pela Xerox, que a achou simplista. Jobs então teve a idéia de colocar as interfaces num microcomputador. Para isso, tratou de levar consigo vários dos engenheiros que desenvolveram a interface gráfica e o mouse da Xerox. Assim nasceu o Lisa. Batizado com o nome da filha de um dos designers que o projetaram, o computador da Apple tinha uma configuração bem imponente para a época, superior a de todos os PCs concorrentes, mas risíveis para os parâmetros de hoje: processador de 5 MHz, 1 Mbyte de memória RAM, dois drives de disquete de 5,25 polegadas e 871 Kbytes cada, disco rígido de 5 Mbytes e um monitor de 12 polegadas com resolução de 720x360 pontos. O problema era o preço, US$ 10 mil. Isso em valores da época. Hoje, com correção, seria quase o dobro. A cifra grande acabou levando o antecessor dos Macintosh ao fracasso. O mais afagado dos dispositivos de um computador foi inventado em 1968, bem antes de ter sua utilização disseminada. Ainda hoje, a primeira demonstração do aparelho, feita pelo engenheiro Doug Engelbart, pode ser conferida em vídeo no site sloan.stanford.edu/mousesite/1968Demo.html. A demora na sua utilização foi simplesmente porque a maioria dos computadores trabalhava com textos sem cursores na tela. Mas hoje seria difícil navegar na internet sem a ajuda dele. Do mouse feito de madeira e com um botão e duas rodinhas de Engelbart, até hoje, foram poucas mudanças: o advento da bolinha, a inclusão de mais botões, a retirada do fio e da bolinha, no lançamento do mouse óptico. Mas só em outubro do ano passado apareceu nos EUA a grande revolução: o mouse 3D. O Ultra Optical Mouse, da empresa Gyration (www.gyration.com), além de não precisar de fios, é utilizado no ar, com o usuário o segurando e gesticulando para poder comandar o cursor na tela do PC. O custo é de US$ 80 a U$ 179. Não há previsão de lançamento no Brasil.


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