São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007

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Empresa dos EUA inventa fibra ótica ultraflexível

Com o novo material, ficará mais fácil levar a rede até apartamentos localizados em prédios altos

DA ASSOCIATED PRESS

A Corning vem conseguindo abrir passagem por entre espaços diminutos a fim de permitir que os serviços de internet de alta velocidade cheguem aos escritórios e apartamentos localizados em prédios altos.
A empresa, maior fabricante de fibra ótica do mundo, disse ter desenvolvido um novo tipo de fibra ao menos cem vezes mais maleável que a fibra comum, o que permitiria aos fornecedores de serviços de telecomunicação superar muitas das dificuldades que encontram hoje ao instalar fibras óticas nos lares de seus clientes.
"Desenvolvemos um cabo de fibra ótica tão resistente quanto os cabos de cobre, mas com todas as vantagens da fibra quando se trata da capacidade de banda", afirmou o presidente da Corning, Peter Volanakis.
No começo dos anos 70, três cientistas da mesma Corning inventaram a fibra ótica de baixa perda. Linhas da espessura de fios de seda fabricadas com vidro superpuro e capazes de transmitir voz, imagens e dados à velocidade da luz substituíram o cobre como suporte principal das redes de telefonia e TV dos Estados Unidos. E permitiram uma ampliação fenomenal da internet.
As fibras óticas atuais não conseguem transmitir bem a luz ao serem dobradas para contornar cantos ou ao serem viradas de um lado para outro nos dutos dos prédios, o que torna difícil e caro fazer ligações com esse material até nos lares e nos escritórios. A tecnologia ultraflexível permite que a fibra seja dobrada sem que haja quase nenhuma perda de sinal, afirmou a Corning.
Segundo a empresa, o novo material permitirá às provedoras oferecerem a preços viáveis serviços de internet de alta velocidade, de telefonia e de TV de alta definição para, virtualmente, todos os prédios de apartamento e de escritório.
No caso da fibra tradicional, o sinal de luz vaza nas dobras ou curvas e "perde-se completamente no caso de uma dobradura de 90 graus", afirmou Dan Collins, porta-voz da Corning.
"Esse novo desenho utiliza nanoestruturas que servem como um espelho. Quando a fibra é dobrada ou virada, a luz não vaza. Nós chegamos a enrolar a fibra em torno de uma caneta esferográfica e ela continuou a funcionar perfeitamente."
Michael Render, pesquisador de mercado de Tulsa (EUA), disse que o novo produto será "um importante avanço" nos sistemas que levam as fibras óticas até a casa das pessoas. Mais de 1% dos lares norte-americanos conecta-se diretamente, hoje, com fibras óticas. Mas muitos dessas casas abrigam apenas uma família.
"Obviamente, há um número maior de pessoas que vive em prédios de apartamento. E melhorias capazes de abrir caminho para levar a fibra a elas seriam algo bastante significativo", disse Render. Há mais de 25 milhões de lares em prédios altos nos EUA e mais de 680 milhões no mundo todo.
Segundo Render, essa tecnologia tornaria mais fácil conduzir a fibra "ao longo de todo o caminho até uma determinada sala, por exemplo, ou ao menos até cada um dos andares de um prédio". Hoje, o mais comum é levar o cabo de fibras óticas apenas até o porão do prédio e, então, usar a fiação existente para chegar a cada unidade.
"O alto custo da instalação e a dificuldade em levar a fibra ótica até os lares das pessoas tornaram esse mercado pouco atraente para a maior parte dos provedores de serviço", disse Volanakis em um comunicado.

Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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