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São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

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AMOR

Software da Lover Spy entra no computador em segredo e monitora uso

Programa espião grampeia micro e rastreia adultério

DA REUTERS

Uma empresa que se intitula Lover Spy começou a oferecer uma ferramenta que permite a cônjuges ciumentos -ou a qualquer pessoa- instalar um grampo eletrônico no computador de alguém. Para fazer isso, bastaria que a vítima da espionagem abrisse um cartão eletrônico enviado por e-mail pelo espião.
Para especialistas em segurança, o programa da Lover Spy pode violar as leis dos Estados Unidos, mas os softwares de monitoramento são cada vez mais usados. Oferecido por seu fabricante como uma maneira de "pegar um cônjuge infiel", o software custa US$ 89 para uma licença que permite espionar cinco micros.
Depois que é instalado no computador da vítima, o programa supostamente grava tudo o que é feito no PC -palavras e frases digitadas, senhas, e-mails, transcrições de bate-papo e reproduções gráficas da tela- e até permite, segundo a Lover Spy, ligar a webcam (câmera de internet) em micros que a possuem, enviando imagens ao vivo. O software encaminha as informações coletadas para a Lover Spy, que promete repassá-las a seus clientes.
"Isso seria um crime", afirma Mark Rasch, ex-chefe da unidade de investigações cibernéticas do Departamento de Justiça do governo dos EUA. "Instalar um programa num PC sem o conhecimento do usuário é ilegal."
Para Chris Hoofnagle, diretor da Electronic Privacy Information Center, entidade que estuda a privacidade on-line, o software se parece muito a uma versão comercial do Magic Lantern, programa supostamente desenvolvido pelo FBI (polícia federal dos EUA) para espionar pessoas.
Já existem outros programas comerciais de espionagem, mas eles têm de ser instalados manualmente, ou seja, o espião precisa ter acesso físico ao computador da vítima para colocar o grampo.
Segundo Hoofnagle, a Lover Spy pode ser processada e os usuários que fizerem espionagem com o programa podem ser condenados a pagar indenizações e receber penas de até dez anos de cadeia.


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