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Guerra do vídeo
Ausência do Flash no iPad, lançamento da Apple, esquenta disputa iminente entre o HTML5 e o plugin da Adobe para aplicações multimídia
RAFAEL CAPANEMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 27 de janeiro, no evento
de lançamento do iPad, o fundador da Apple, Steve Jobs, demonstrava o aparelho navegando na internet. Quando acessou
sites como o do "New York Times", surgiram áreas brancas
com uma peça azul de Lego no
centro, indicando a falta do
Flash Player, plugin multimídia da Adobe.
Presente em 99% dos computadores do mundo, segundo
a consultoria Millward Brown,
e adotado em portais como o
YouTube e o Vimeo, o Flash virou padrão de exibição de vídeos na internet e está por trás
de jogos como o FarmVille e de
diversos sites multimídia.
Mas o plugin é motivo de discórdia entre a Adobe a Apple
desde pelo menos 2007, quando a empresa de Steve Jobs lançou o iPhone, que até hoje não
tem suporte a Flash. A situação
deve se estender ao iPad -o recém-lançado computador com
tela sensível ao toque da empresa usa o mesmo sistema
operacional do iPhone.
O Flash é criticado, entre outros motivos, por exigir muito
do processador dos computadores, o que pode acarretar instabilidade e lentidão. A performance do plugin é especialmente pior no Linux e no Mac
OS X, sistema operacional da
Apple, em comparação ao seu
uso no Windows, de acordo
com testes do site de tecnologia
Ars Technica (leia em bit.ly/arsflash, em inglês).
Crítico do Flash, Jobs acredita que a inclusão do plugin no
iPad e no iPhone causaria travamentos e problemas de performance nos dispositivos.
"Ninguém mais usará o
Flash. O mundo está migrando
para o HTML5", afirmou Jobs,
que ainda chamou a Adobe de
preguiçosa em reunião com
funcionários da Apple, de acordo com o site da "Wired".
Jobs referia-se à versão mais
recente da linguagem HTML,
usada para escrever sites. Entre outros objetivos, o HTML5
pretende tornar os navegadores capazes de reproduzir vídeo sem precisar de plugins
proprietários como o próprio
Flash ou o Silverlight, da Microsoft. Ele já está sendo testado em sites como o YouTube e
o Vimeo.
Resposta da Adobe
Lee Brimelow, evangelista de
plataformas da Adobe, respondeu à Apple por meio de seu
blog sobre o Flash (theflash
blog.com). Ele postou imagens
de dez sites populares, que, por
serem feitos em Flash, não funcionarão no iPad. Embaixo das
reproduções de sites como Hulu, Farmville e até de um portal
pornográfico (mais tarde removido), vinha a frase "Milhões de sites usam Flash.
Acostume-se aos legos azuis".
"Pessoalmente considero isso [a falta de Flash no iPad]
muito triste, porque eu realmente gosto de usar produtos
da Apple e acho que o Flash
Player 10.1 ficaria incrível no
iPad. Por que não dar às pessoas a opção de tê-lo é a pergunta que eu faço", escreveu
Brimelow no mesmo blog, em
31 de janeiro.
99%
dos computadores do mundo têm o
Flash Player instalado, o que o torna
a plataforma de software com a
maior penetração global, de acordo
com dados de dezembro de 2009 da
consultoria Millward Brown
40%
dos vídeos vistos on-line nos EUA
em dezembro do ano passado foram
do YouTube, segundo a comScore.
Nesse período, ainda segundo a consultoria, 178 milhões de pessoas viram 33,2 bilhões de vídeos
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