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Praga seria parte de esquema comercial
DO "THE NEW YORK TIMES"
Autoridades e investigadores
de informática dos EUA estão se
desdobrando para tentar entender as motivações de um misterioso criador de vírus que parece
ter a intenção de violar muitos
dos sistemas de proteção da internet. O vírus SoBig, que se espalha
por e-mail e é comum na rede, pode ser, na verdade, parte de um esquema para ganhar dinheiro.
Durante os últimos seis meses, o
autor (ou os autores) desse vírus
tem persistentemente tentado
aplicar uma série de táticas para
roubar informações e enviar
mensagens comerciais não solicitadas, ou spam.
Quando contamina um PC, o
SoBig usa sua conexão à internet
para enviar spam sem o conhecimento do usuário. O criador do
vírus poderia vender esse serviço
a empresas que estivessem interessadas em anunciar seus produtos por e-mail.
As empresas não ficariam sabendo que um vírus seria usado
para fazer a distribuição das mensagens publicitárias. Além disso,
como o spam se propagaria a partir de micros contaminados, tentar filtrá-lo seria ineficaz, pois a
origem das mensagens seria imprevisível.
"Para mim a motivação é clara:
lucro", afirmou Mikko Hypponen, diretor da empresa finlandesa de antivírus F-Secure. "Por trás
do SoBig está um grupo de hackers com dinheiro."
"Existem algumas evidências de
que ele [o autor do vírus] esteja ligado a um esquema de spam",
disse Bruce Hugues, da empresa
Trusecure.
Sejam quais forem os motivos, o
SoBig criou um jogo de gato e rato
com os investigadores. Em quatro
das suas seis últimas gerações, a
praga reapareceu de maneira
mais virulenta.
Autoridades e especialistas em
segurança dos EUA não conseguiram identificar o responsável
pelo SoBig, mas esperam que uma
nova mutação do vírus surja na
internet até o final deste mês. A
atual versão do SoBig, que se chama SoBig.F, deverá parar de se
propagar hoje.
"Nós não temos razões técnicas
para esperar um sucessor [do vírus], mas, dada a história recente,
é razoável supor que ele surgirá",
declarou Brian King, especialista
em segurança da Universidade
Carnegie Mellon, em Pittsburgh.
Ao contrário dos vírus mais sofisticados, o SoBig se baseia na ingenuidade das vítimas: só ataca o
micro se o usuário abrir o arquivo
de contaminação, que vem anexo
a um e-mail. "Nossa recomendação é: não abra arquivos anexos
que você não tenha solicitado",
apontou King.
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