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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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Praga seria parte de esquema comercial

DO "THE NEW YORK TIMES"

Autoridades e investigadores de informática dos EUA estão se desdobrando para tentar entender as motivações de um misterioso criador de vírus que parece ter a intenção de violar muitos dos sistemas de proteção da internet. O vírus SoBig, que se espalha por e-mail e é comum na rede, pode ser, na verdade, parte de um esquema para ganhar dinheiro.
Durante os últimos seis meses, o autor (ou os autores) desse vírus tem persistentemente tentado aplicar uma série de táticas para roubar informações e enviar mensagens comerciais não solicitadas, ou spam.
Quando contamina um PC, o SoBig usa sua conexão à internet para enviar spam sem o conhecimento do usuário. O criador do vírus poderia vender esse serviço a empresas que estivessem interessadas em anunciar seus produtos por e-mail.
As empresas não ficariam sabendo que um vírus seria usado para fazer a distribuição das mensagens publicitárias. Além disso, como o spam se propagaria a partir de micros contaminados, tentar filtrá-lo seria ineficaz, pois a origem das mensagens seria imprevisível.
"Para mim a motivação é clara: lucro", afirmou Mikko Hypponen, diretor da empresa finlandesa de antivírus F-Secure. "Por trás do SoBig está um grupo de hackers com dinheiro."
"Existem algumas evidências de que ele [o autor do vírus] esteja ligado a um esquema de spam", disse Bruce Hugues, da empresa Trusecure.
Sejam quais forem os motivos, o SoBig criou um jogo de gato e rato com os investigadores. Em quatro das suas seis últimas gerações, a praga reapareceu de maneira mais virulenta.
Autoridades e especialistas em segurança dos EUA não conseguiram identificar o responsável pelo SoBig, mas esperam que uma nova mutação do vírus surja na internet até o final deste mês. A atual versão do SoBig, que se chama SoBig.F, deverá parar de se propagar hoje.
"Nós não temos razões técnicas para esperar um sucessor [do vírus], mas, dada a história recente, é razoável supor que ele surgirá", declarou Brian King, especialista em segurança da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh.
Ao contrário dos vírus mais sofisticados, o SoBig se baseia na ingenuidade das vítimas: só ataca o micro se o usuário abrir o arquivo de contaminação, que vem anexo a um e-mail. "Nossa recomendação é: não abra arquivos anexos que você não tenha solicitado", apontou King.


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