São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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memória

Atari 2600, 30, continua a ser louvado por fãs

Coleções, emulação e programação de jogos mantêm viva a alma do console; itens produzidos no Brasil são valorizados no exterior

EMERSON KIMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Have you played Atari today?" Você jogou Atari hoje? O célebre slogan veiculado em comerciais de TV nos Estados Unidos continua na cabeça de muitos. O Atari 2600 completa 30 anos neste mês com uma ativa legião de entusiastas que colecionam, jogam e produzem.
"O mais legal é o senso de comunidade", diz o empresário Antonio Borba, 33. Para ele, que aproveitou viagem recente aos EUA para visitar amigos colecionadores, "melhor do que ter um item raro é encontrar pessoas com interesses comuns". Borba é considerado pelo site www.rankbrasil.com.br como o dono da maior coleção de Atari do país, que pode ser vista em tombrazil.magicwebdesign.com.br.
Antes de começar esse hobby, ele matava a saudade que tinha do console jogando com emuladores -softwares que reproduzem o funcionamento de um sistema (no caso, o console de videogame) em outro (o micro).
O funcionamento é simples: basta executar o emulador e carregar o arquivo do jogo (ROM). O programa permite experimentar de títulos consagrados a raridades que dificilmente são encontradas em cartucho. Até mesmo games não lançados ou não finalizados podem ser baixados.
Os emuladores são muito utilizados também por programadores de jogos. Poucos sabem, mas ainda são feitos games para o 2600 -geralmente por fãs que gostam do desafio de desenvolver para um sistema tão limitado.
Muitos desses se iniciam alterando uma ROM original. A partir dela, começam a entender melhor o Atari e chegam a fazer um jogo a partir do zero. Alguns não se limitam a distribuir a ROM e gravam suas produções em cartuchos.
O Atari VCS (Video Computer System) foi lançado nos EUA em outubro de 1977. Ganhou a alcunha 2600 em 1982, quando a empresa apresentou seu sucessor, o Atari 5200.
Chegou ao Brasil pela Polyvox em 1983, quando o mercado já contava com cartuchos nacionais da Canal 3 e da Dynacom e com clones -aparelhos não licenciados compatíveis com o Atari- como o Dactari e o Dynavision.
No final do mesmo ano ocorreu nos EUA o "videogame crash" -a quebra da indústria de games devido à saturação do mercado.
Aqui, porém, as coisas só começavam. Em 1984, houve um grande salto na produção de cartuchos e clones de Atari -hoje bem valorizados por colecionadores de fora do Brasil.
A febre esfriou com a popularização de microcomputadores e o lançamento do NES (Nintendo Entertainment System).
Ainda assim, o Atari 2600 é o console que mais tempo foi produzido oficialmente -até 1992, nos EUA. O que não significou a sua morte.


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