|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
memória
Atari 2600, 30, continua a ser louvado por fãs
Coleções, emulação e programação de jogos mantêm viva a alma do console; itens produzidos no Brasil são valorizados no exterior
EMERSON KIMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Have you played Atari today?" Você jogou Atari hoje? O
célebre slogan veiculado em comerciais de TV nos Estados
Unidos continua na cabeça de
muitos. O Atari 2600 completa
30 anos neste mês com uma
ativa legião de entusiastas que
colecionam, jogam e produzem.
"O mais legal é o senso de comunidade", diz o empresário
Antonio Borba, 33. Para ele,
que aproveitou viagem recente
aos EUA para visitar amigos colecionadores, "melhor do que
ter um item raro é encontrar
pessoas com interesses comuns". Borba é considerado
pelo site www.rankbrasil.com.br como o dono da maior
coleção de Atari do país, que
pode ser vista em tombrazil.magicwebdesign.com.br.
Antes de começar esse
hobby, ele matava a saudade
que tinha do console jogando
com emuladores -softwares
que reproduzem o funcionamento de um sistema (no caso,
o console de videogame) em
outro (o micro).
O funcionamento é simples:
basta executar o emulador e
carregar o arquivo do jogo
(ROM). O programa permite
experimentar de títulos consagrados a raridades que dificilmente são encontradas em cartucho. Até mesmo games não lançados ou não finalizados podem ser baixados.
Os emuladores são muito
utilizados também por programadores de jogos. Poucos sabem, mas ainda são feitos games para o 2600 -geralmente por fãs que gostam do desafio
de desenvolver para um sistema tão limitado.
Muitos desses se iniciam alterando uma ROM original. A
partir dela, começam a entender melhor o Atari e chegam a
fazer um jogo a partir do zero.
Alguns não se limitam a distribuir a ROM e gravam suas produções em cartuchos.
O Atari VCS (Video Computer System) foi lançado nos
EUA em outubro de 1977. Ganhou a alcunha 2600 em 1982,
quando a empresa apresentou
seu sucessor, o Atari 5200.
Chegou ao Brasil pela Polyvox em 1983, quando o mercado já contava com cartuchos
nacionais da Canal 3 e da
Dynacom e com clones -aparelhos não licenciados compatíveis com o Atari- como o
Dactari e o Dynavision.
No final do mesmo ano ocorreu nos EUA o "videogame
crash" -a quebra da indústria
de games devido à saturação do
mercado.
Aqui, porém, as coisas só começavam. Em 1984, houve um
grande salto na produção de
cartuchos e clones de Atari
-hoje bem valorizados por colecionadores de fora do Brasil.
A febre esfriou com a popularização de microcomputadores
e o lançamento do NES (Nintendo Entertainment System).
Ainda assim, o Atari 2600 é o
console que mais tempo foi
produzido oficialmente -até
1992, nos EUA. O que não significou a sua morte.
Texto Anterior: Novo disco pode levar TV digital ao bolso Próximo Texto: Boas jogadas Índice
|