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TENDÊNCIAS
Indústria debate qual será o
futuro do sistema "Windows"
KEVIN MANEY
do "USA Today"
O "Windows" vai durar para
sempre?
Essa é a questão central hoje na
indústria de informática, que ganhou ainda mais destaque e emoção na semana passada, com a audiência do Comitê de Justiça do
Senado norte-americano, que
analisa as práticas comerciais da
Microsoft.
A resposta vai definir se o governo tomará ou não medidas para
controlar a ação da Microsoft.
Se o "Windows" for considerado
um padrão tão fundamental quanto as tomadas elétricas ou a voltagem, provavelmente os parlamentares vão decidir que uma só empresa, não controlada, não deve
ser sua proprietária exclusiva.
Se o sistema for como os discos
de vinil ou o sistema VHS (vídeo),
um padrão que dura uma década
ou mais e depois é superado, então
a tendência é deixar que o próprio
mercado e o desenvolvimento tecnológico resolvam a questão.
Na audiência, os rivais da Microsoft argumentaram que o "Windows", que está em 90% dos microcomputadores no mundo, não
pode ser derrotado.
"Não vislumbro isso ocorrendo
durante a minha vida", disse Jim
Barksdale, presidente da Netscape. "É um monopólio muito, muito duradouro", acrescentou Scott
McNealy, presidente da Sun.
Bill Gates, por seu lado, afirmou
que não é nada disso e que a Microsoft está sempre vulnerável. A
tecnologia está sempre evoluindo,
e uma nova empresa pode desenvolver algo que derrube o sistema
operacional -programa que comanda as operações básicas do
computador- da Microsoft.
Concorrente futuro
A verdade provavelmente está
no meio do caminho.
Os sistemas operacionais costumam durar muito, mas não duram para sempre", diz William
Aspray, co-autor de "Computer: A
History of the Information Machine" (Computador: A História da
Máquina da Informação).
Hoje, o "Windows" já enfrenta
várias ameaças. A maior delas é a
expansão da Internet, que trouxe
consigo oxigênio para sistemas
como o da Netscape ou a linguagem "Java", da Sun.
Até agora, a Microsoft e seu
"Windows" têm conseguido enfrentar e superar os adversários.
Mas, acredita o historiador Aspray, o "Windows" não vai conseguir sobreviver por muito mais
tempo. Cada linhagem de computador tem um tempo de vida e
uma determinada capacidade de
crescer. A partir de um ponto,
uma nova máquina aparece e leva
de roldão o mundo anterior.
Por enquanto, ninguém consegue dizer como será o computador
ou seu equivalente do ano 2010.
Mas dificilmente ele usará "Windows".
A Microsoft sabe disso e está investindo em pesquisa sobre a futura geração de máquinas e seus sistemas. Se conseguir, provavelmente vai transcender o "Windows".
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