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Rede favorece a compulsão para jogos
DA REPORTAGEM LOCAL
Além do vício na internet como fim, quando o suficiente é
estar conectado, a rede é o meio
para outro problema que já
existia muito antes de ela ter
nascido: a compulsão para jogos. No caso da web, o problema são os games on-line.
Como a internet transpõe
para o mundo digital boa parte
do que existe na vida real, são
encontrados na rede jogos que
podem atrair o internauta a tal
ponto que ele não consiga mais
se desvencilhar do que pode ter
começado apenas como uma
brincadeira.
Há opções desde simples jogos da velha até redes que envolvem apostas em dinheiro,
que giram em torno de partidas
de pôquer ou roleta eletrônica.
"Ao lado de casos de infidelidade gerada por meios eletrônicos, o vício em jogos é um dos
casos que mais atendemos por
e-mail", disse Guilherme Souza, psicólogo da PUC. "A internet facilita a prática do jogo,
mas isso não quer dizer que ela
seja a culpada pelo vício das
pessoas."
Embora o vício na internet
como um fim não tenha um
perfil específico de viciados, no
caso de jogos on-line o panorama muda. Indivíduos viciados
em jogos on-line têm um perfil
próprio: adolescentes, homens
e que usam os games como forma de escapar da realidade. Os
dados são da Smith & Jones Addiction Consultancy, clínica
holandesa que trata de viciados
em jogos, on-line ou não.
No caso da internet como
fim, os psicólogos entrevistados pela Folha informaram
que a rede tem como adictos
pessoas de 15 a 80 anos, de ambos os sexos, e que usam a internet pelos mais diferentes
motivos, desde checar e-mails
freneticamente até passar horas de site em site, somente observando as novidades.
Há diversas formas de tratar
um viciado em jogos on-line,
sendo que a mais recorrente é
afastar o indivíduo dos games e
do computador. Entretanto isso pode acarretar um problema: a internet se tornou uma
ferramenta de trabalho atualmente e afastar alguém da rede
pode gerar diversas perdas para o indivíduo.
"Nem sempre é fácil decidir
afastar um viciado da internet.
Se é o caso de um alcoólatra,
por exemplo, basta cortar a bebida e pronto. Afinal, aquilo
não traz nada de bom para ele.
Proíbe-se a bebida", diz Júnior.
"Mas, no caso da internet, como manter uma pessoa longe
de algo que pode ser benéfico?
É complicado. Embora os psicólogos norte-americanos defendam que o primordial é cortar o acesso à internet, penso
que cada caso deve ser estudado com calma, de forma diferenciada."
(SV)
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