São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2006

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Rede favorece a compulsão para jogos

DA REPORTAGEM LOCAL

Além do vício na internet como fim, quando o suficiente é estar conectado, a rede é o meio para outro problema que já existia muito antes de ela ter nascido: a compulsão para jogos. No caso da web, o problema são os games on-line.
Como a internet transpõe para o mundo digital boa parte do que existe na vida real, são encontrados na rede jogos que podem atrair o internauta a tal ponto que ele não consiga mais se desvencilhar do que pode ter começado apenas como uma brincadeira.
Há opções desde simples jogos da velha até redes que envolvem apostas em dinheiro, que giram em torno de partidas de pôquer ou roleta eletrônica.
"Ao lado de casos de infidelidade gerada por meios eletrônicos, o vício em jogos é um dos casos que mais atendemos por e-mail", disse Guilherme Souza, psicólogo da PUC. "A internet facilita a prática do jogo, mas isso não quer dizer que ela seja a culpada pelo vício das pessoas."
Embora o vício na internet como um fim não tenha um perfil específico de viciados, no caso de jogos on-line o panorama muda. Indivíduos viciados em jogos on-line têm um perfil próprio: adolescentes, homens e que usam os games como forma de escapar da realidade. Os dados são da Smith & Jones Addiction Consultancy, clínica holandesa que trata de viciados em jogos, on-line ou não.
No caso da internet como fim, os psicólogos entrevistados pela Folha informaram que a rede tem como adictos pessoas de 15 a 80 anos, de ambos os sexos, e que usam a internet pelos mais diferentes motivos, desde checar e-mails freneticamente até passar horas de site em site, somente observando as novidades.
Há diversas formas de tratar um viciado em jogos on-line, sendo que a mais recorrente é afastar o indivíduo dos games e do computador. Entretanto isso pode acarretar um problema: a internet se tornou uma ferramenta de trabalho atualmente e afastar alguém da rede pode gerar diversas perdas para o indivíduo.
"Nem sempre é fácil decidir afastar um viciado da internet. Se é o caso de um alcoólatra, por exemplo, basta cortar a bebida e pronto. Afinal, aquilo não traz nada de bom para ele. Proíbe-se a bebida", diz Júnior. "Mas, no caso da internet, como manter uma pessoa longe de algo que pode ser benéfico? É complicado. Embora os psicólogos norte-americanos defendam que o primordial é cortar o acesso à internet, penso que cada caso deve ser estudado com calma, de forma diferenciada." (SV)


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