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Jornalismo testa novidades nas eleições
TECNOLOGIA >> Na vitória de Obama, CNN mostra repórter distante em holograma; "New York Times" usa nuvem de tags
RAFAEL CAPANEMA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vocês nunca viram nada assim na televisão", anunciou o
âncora da CNN Wolf Blitzer.
Logo depois, surgia no estúdio
da emissora em Nova York a
correspondente Jessica Yellin.
Representada por um holograma, ela estava a mais de mil quilômetros de distância, em Chicago, onde o democrata Barack
Obama discursaria depois de
sua eleição à Presidência dos
EUA, na terça-feira passada.
Sorridente, Yellin se comparou à princesa Léia, que apareceu em forma holográfica já no
primeiro filme da série "Guerra
nas Estrelas", em 1977.
A CNN levou três meses para
construir a estrutura que permitiu a cena inusitada (veja em
tinyurl.com/5gbm8l).
Yellin estava em uma sala circular com paredes verdes, tal
como na famosa técnica chroma-key. A diferença é que a
imagem da jornalista era registrada por 35 câmeras de alta definição, que captavam diferentes ângulos de seu corpo, de forma a permitir uma visualização
tridimensional.
A mesma técnica foi usada
em uma entrevista com o músico Will.i.am, que se engajou na
campanha vitoriosa de Obama.
Segundo Chuck Hurley, produtor de vídeo da CNN em
Washington, o contorno brilhante que aparecia em volta
dos hologramas era proposital.
Foi acrescentado para não causar confusão entre os telespectadores. "Poderíamos ter uma
cena muito mais nítida e realística, quase a ponto de o telespectador não poder ter nem
idéia de que a pessoa não estava
lá", afirmou ao site da CNN.
A emissora havia preparado a
mesma estrutura no Arizona,
onde estava John McCain, mas
a derrota do candidato republicano acabou inutilizando-a.
As opiniões sobre a novidade
não foram unânimes. O Engadget (www.engadget.com) não
economizou adjetivos para desancar a tecnologia: "bizarra",
"inútil", "desnecessária" e
"completamente assustadora".
A imprensa norte-americana
costuma usar as eleições para
testar novidades -durante as
primárias, a CNN estreou telonas sensíveis ao toque, operadas pelos apresentadores.
"New York Times"
Ao longo do dia de votação, o
site do "New York Times"
(www.nytimes.com) convidou os leitores a informarem
seu estado de espírito por meio
de palavras.
Quanto mais citadas, com
maior peso e tamanho elas apareciam nos painéis virtuais
-um para eleitores de McCain,
outro para apoiadores de Obama e um terceiro que somava
as emoções de todos.
O conceito, que deriva das
nuvens de tags (ou etiquetas),
popularizadas pela web 2.0, foi
mais um dos gráficos interativos usados pelo jornal na cobertura das eleições.
Para expressarem seus sentimentos, eleitores de McCain
usaram palavras como chateado, assustado, preocupado e
conformado. Do lado de Obama, predominaram expressões
como esperançoso, orgulhoso,
otimista e aliviado. Veja em
tinyurl.com/5m79pv.
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