São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Jornalismo testa novidades nas eleições

TECNOLOGIA >> Na vitória de Obama, CNN mostra repórter distante em holograma; "New York Times" usa nuvem de tags

RAFAEL CAPANEMA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Vocês nunca viram nada assim na televisão", anunciou o âncora da CNN Wolf Blitzer. Logo depois, surgia no estúdio da emissora em Nova York a correspondente Jessica Yellin. Representada por um holograma, ela estava a mais de mil quilômetros de distância, em Chicago, onde o democrata Barack Obama discursaria depois de sua eleição à Presidência dos EUA, na terça-feira passada.
Sorridente, Yellin se comparou à princesa Léia, que apareceu em forma holográfica já no primeiro filme da série "Guerra nas Estrelas", em 1977.
A CNN levou três meses para construir a estrutura que permitiu a cena inusitada (veja em tinyurl.com/5gbm8l).
Yellin estava em uma sala circular com paredes verdes, tal como na famosa técnica chroma-key. A diferença é que a imagem da jornalista era registrada por 35 câmeras de alta definição, que captavam diferentes ângulos de seu corpo, de forma a permitir uma visualização tridimensional.
A mesma técnica foi usada em uma entrevista com o músico Will.i.am, que se engajou na campanha vitoriosa de Obama.
Segundo Chuck Hurley, produtor de vídeo da CNN em Washington, o contorno brilhante que aparecia em volta dos hologramas era proposital. Foi acrescentado para não causar confusão entre os telespectadores. "Poderíamos ter uma cena muito mais nítida e realística, quase a ponto de o telespectador não poder ter nem idéia de que a pessoa não estava lá", afirmou ao site da CNN.
A emissora havia preparado a mesma estrutura no Arizona, onde estava John McCain, mas a derrota do candidato republicano acabou inutilizando-a.
As opiniões sobre a novidade não foram unânimes. O Engadget (www.engadget.com) não economizou adjetivos para desancar a tecnologia: "bizarra", "inútil", "desnecessária" e "completamente assustadora".
A imprensa norte-americana costuma usar as eleições para testar novidades -durante as primárias, a CNN estreou telonas sensíveis ao toque, operadas pelos apresentadores.

"New York Times"
Ao longo do dia de votação, o site do "New York Times" (www.nytimes.com) convidou os leitores a informarem seu estado de espírito por meio de palavras.
Quanto mais citadas, com maior peso e tamanho elas apareciam nos painéis virtuais -um para eleitores de McCain, outro para apoiadores de Obama e um terceiro que somava as emoções de todos.
O conceito, que deriva das nuvens de tags (ou etiquetas), popularizadas pela web 2.0, foi mais um dos gráficos interativos usados pelo jornal na cobertura das eleições.
Para expressarem seus sentimentos, eleitores de McCain usaram palavras como chateado, assustado, preocupado e conformado. Do lado de Obama, predominaram expressões como esperançoso, orgulhoso, otimista e aliviado. Veja em tinyurl.com/5m79pv.


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