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consumo
Novo Kindle chega com festas, mas sofre críticas
LEITURA ELETRÔNICA Maior e com mais recursos, aparelho foi apresentado pela Amazon como um caminho para o futuro dos livros didáticos e dos jornais
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BERKELEY
O novo leitor de livros eletrônicos da Amazon foi apresentado, na semana passada, com a
promessa de expandir suas
fronteiras, abrindo as portas
para livros didáticos e jornais.
Mas a empresa terá de conquistar os estudantes, o que não será fácil, segundo alguns especialistas.
Na opinião de Susan Kevorkian, do instituto IDC, a Amazon precisa oferecer uma coleção vasta de livros didáticos
que impulsionem as vendas do
Kindle DX entre os estudantes.
Em resposta genérica, a Amazon diz estar trabalhando em
parcerias com três grandes editoras desse tipo de livro.
David Weir, analista do site
BNET e ex-professor de jornalismo da universidade de
Standford, é mais sucinto: o
Kindle é para gente mais velha.
Para ele, o aparelho é caro, pois
não tem boa resolução de imagem, não tem as cores nem a
funcionalidade do iPhone.
Estudantes da Universidade
da Califórnia em Berkeley, que
se preparavam na principal biblioteca do campus para seus
exames finais, conversaram
com a reportagem da Folha na
semana passada. E deixaram
claro que a Amazon esqueceu
aspectos da vida universitária
que vão além dos livros -a começar pelo preço, que assusta
um grupo conhecido pelas limitações no orçamento.
Uma prática tradicional nas
universidades americanas é o
uso de apostilas criadas pelos
próprios professores e que reúnem artigos de autores variados. Os estudantes duvidam
que a Amazon possa reunir esses artigos no Kindle.
Também é comum que alunos dividam anotações. A estudante de biologia molecular
Vishlli Loomba, 18, diz que o fato de não poder compartilhar
on-line suas anotações feitas
no aparelho tira um pouco a
atratividade do Kindle DX.
Apesar de a Amazon ter
anunciado parcerias com o
"New York Times", o "Washington Post" e o "Boston Globe", as previsões para jornais
também não animam. Para Roger Fidler, do Reynolds Journalism Institute, o Kindle DX e
outros leitores de tela maior
não terão impacto significante
na situação econômica delicada dos jornais dos EUA. Segundo ele, a esperança é que haja
tela colorida nas futuras gerações dos aparelhos, atraindo
mais leitores e anunciantes.
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