São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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Arte eletrônica

Códigos digitais produzem obras; saiba como você também pode virar artista

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Aquele colega mais quietão, de poucos amigos, viciado em computação e que ia superbem em física e em matemática pode ter se tornado o artista mais descolado do momento.
Nas novas formas de arte, que exploram meios eletrônicos e tecnologias recém-criadas, o pincel, a tinta e a tela saem de cena para abrir espaço para o mouse, o teclado, o monitor e os softwares.
Enquanto se aproximam os perfis de artistas e programadores, as criações exploram conhecimentos científicos, técnicas de robótica, de projeção e de manipulação de materiais e linguagens de programação.

Códigos artísticos
Nas criações, vale tanto usar softwares conhecidos no mercado, como Illustrator, Photoshop, Corel Draw e Corel Painter, como criar softwares específicos.
O artista-programador vai ganhando tamanho espaço no mundo artístico que já é possível até separar as obras entre as que são resultado do uso de ferramentas eletrônicas -como programas, câmeras digitais e outros equipamentos- e as que são frutos de experiências de programação, da geração de códigos.
"Não basta ser artista, tem de saber programar. Mas eu sou suspeito para falar porque também sou programador", afirma Marcus Cuzziol, gerente do Itaulab, área que cuida de arte e tecnologia do instituto Itaú Cultural, em São Paulo.
A entidade prepara a exposição "Memória do Futuro", que tem estréia marcada para 3 de julho e que vai comemorar dez anos da primeira exposição sobre arte e tecnologia realizada pelo instituto e também do início dos trabalhos sobre o assunto.
Parte do evento será ambientada no Second Life, game de simulação que já abriga diversos museus e galerias virtuais e onde a criatividade vai bem além dos limites físicos do mundo real.
Na internet, artistas encontram espaços de exposição inéditos e fazem intercâmbio com criadores do mundo todo. Sites que se especializam na publicação de trabalhos artísticos assumem o papel de vitrines da produção contemporânea.
Mas, apesar de toda a aura de pós-modernidade, a arte eletrônica continua baseada em parâmetros bem tradicionais, como o de que mais importante do que as ferramentas mirabolantes e os resultados para lá de originais é o debate de conceitos e idéias.


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