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Sistema semelhante a Guitar Hero ensina a tocar guitarra de verdade
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BERKELEY
Quem já tentou largar a guitarra de plástico do jogo Guitar
Hero para aprender o instrumento de verdade sabe: não é
fácil deixar de ser um virtuoso
virtual para se tornar um músico mediano no mundo real.
Trocar os cinco botões coloridos pelas seis cordas metálicas é uma tarefa demorada e,
por vezes, frustrante. Uma empresa americana promete amenizar a passagem de mundos
com a Fretlight Guitar (www.fretlight.com), uma guitarra
de verdade que mostra com luzes no braço do instrumento
onde o aspirante a Jimi Hendrix deve colocar os dedos.
Desenvolvida no fim dos
anos 80 por Rusty Shaffer, um
fã de Van Halen e Dire Straits
que buscava na época o seu lugar ao sol como herói da guitarra, a engenhoca possui apenas
duas diferenças para uma guitarra convencional.
Há uma saída para um cabo
USB, que faz a conexão com
um computador. A outra diferença é que o braço da guitarra
não é todo de madeira. Um polímero escuro cobre as pequenas luzes vermelhas que respondem ao programas de computador desenvolvidos pela
empresa. Com essas luzes apagadas, a aparência é de um instrumento convencional.
Entre as recompensas instantâneas do jogo e as dificuldades inerentes a um instrumento, a guitarra da luz vermelha está mais para método de
aprendizado com sabor tecnológico. O maior segredo dos
programas desenvolvidos pela
empresa -e vendidos separadamente- é manter constante
repetição. Um deles, chamado
Improviser, ensina improvisação ao deixar as luzes de escalas que se encaixam em determinado tom musical.
O programa que espera capturar aqueles vindos do videogame é o M-Player. Nele, o futuro músico pode tocar músicas de artistas famosos e
aprender as bases e solos. Também é possível repetir a mesma
parte da canção e deixar seu
tempo mais devagar. Sete músicas estão inclusas na compra
do programa. As outras custam
US$ 1,99 cada uma.
Em contrapartida, há coisas
que devem frustrar a "geração
Guitar Hero". Esqueça o "lá
vem o amarelo e depois o azul".
Não é possível saber de maneira adiantada onde cada ponto
vermelho se acenderá. Se ele
acender e apagar, aquela parte
da música já passou.
O outro choque é que as músicas não são as versões consagradas pelos artistas -e nem
mesmo covers. As canções estão em Midi. Assim o usuário
pode mexer com o tempo delas
e manter o mesmo tom.
Para aqueles que estão na
dúvida entre continuar no conforto do videogame e suar para
aprender a tocar uma guitarra
de verdade, Shaffer diz: "Você
tem mais chances de conquistar garotas se você toca guitarra de verdade".
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