São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009

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Sistema semelhante a Guitar Hero ensina a tocar guitarra de verdade

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BERKELEY

Quem já tentou largar a guitarra de plástico do jogo Guitar Hero para aprender o instrumento de verdade sabe: não é fácil deixar de ser um virtuoso virtual para se tornar um músico mediano no mundo real.
Trocar os cinco botões coloridos pelas seis cordas metálicas é uma tarefa demorada e, por vezes, frustrante. Uma empresa americana promete amenizar a passagem de mundos com a Fretlight Guitar (www.fretlight.com), uma guitarra de verdade que mostra com luzes no braço do instrumento onde o aspirante a Jimi Hendrix deve colocar os dedos.
Desenvolvida no fim dos anos 80 por Rusty Shaffer, um fã de Van Halen e Dire Straits que buscava na época o seu lugar ao sol como herói da guitarra, a engenhoca possui apenas duas diferenças para uma guitarra convencional.
Há uma saída para um cabo USB, que faz a conexão com um computador. A outra diferença é que o braço da guitarra não é todo de madeira. Um polímero escuro cobre as pequenas luzes vermelhas que respondem ao programas de computador desenvolvidos pela empresa. Com essas luzes apagadas, a aparência é de um instrumento convencional.
Entre as recompensas instantâneas do jogo e as dificuldades inerentes a um instrumento, a guitarra da luz vermelha está mais para método de aprendizado com sabor tecnológico. O maior segredo dos programas desenvolvidos pela empresa -e vendidos separadamente- é manter constante repetição. Um deles, chamado Improviser, ensina improvisação ao deixar as luzes de escalas que se encaixam em determinado tom musical.
O programa que espera capturar aqueles vindos do videogame é o M-Player. Nele, o futuro músico pode tocar músicas de artistas famosos e aprender as bases e solos. Também é possível repetir a mesma parte da canção e deixar seu tempo mais devagar. Sete músicas estão inclusas na compra do programa. As outras custam US$ 1,99 cada uma.
Em contrapartida, há coisas que devem frustrar a "geração Guitar Hero". Esqueça o "lá vem o amarelo e depois o azul". Não é possível saber de maneira adiantada onde cada ponto vermelho se acenderá. Se ele acender e apagar, aquela parte da música já passou.
O outro choque é que as músicas não são as versões consagradas pelos artistas -e nem mesmo covers. As canções estão em Midi. Assim o usuário pode mexer com o tempo delas e manter o mesmo tom.
Para aqueles que estão na dúvida entre continuar no conforto do videogame e suar para aprender a tocar uma guitarra de verdade, Shaffer diz: "Você tem mais chances de conquistar garotas se você toca guitarra de verdade".


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