São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009

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Vídeo erótico de vereadora cai na rede

DA REPORTAGEM LOCAL

A vereadora Andrea Puríssimo, de Santo Anastácio (596 km de SP), estava em uma viagem quando recebeu uma ligação da família avisando que um vídeo seu, protagonizando cenas de sexo com um parceiro casual, havia vazado para celulares e para a internet.
"Não tenho ideia de como o vídeo foi parar na internet", disse a vereadora à Folha. Apesar do burburinho que as cenas causaram na cidade do interior, Andrea afirma que não sofreu maiores danos. "Foi mais um movimento psíquico, porque tenho uma família, uma filha menor de idade. Mas não fui prejudicada no trabalho."
O suplente de Andrea, no entanto, pediu a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que não foi adiante. Hoje, três advogados cuidam do caso. "Espero que o episódio sirva de alerta para outras pessoas, para que elas pensem nas consequências de expor alguém. Exposição da vida íntima é algo que ninguém deve fazer", afirma Andrea.

Serviço on-line
A publicitária Priscila Sobral, 33, estranhou quando começou a receber ligações seguidas de homens que iniciavam a conversa falando de fantasias e posições sexuais.
Sem entender nada, ela questionava: "Do que você está falando?". Eles retrucavam: "Você não é a Priscila, do site tal?". Depois de alguns telefonemas, ela resolveu digitar o endereço. E teve uma surpresa: uma foto de outra pessoa, acompanhada de seu nome verdadeiro e de seu telefone e e-mail do trabalho, estava publicada junto a textos picantes, que ofereciam serviços de garota de programa.
"Você está trabalhando, e alguém liga em busca de sexo. É muito constrangedor. Tive que me expor para a família, para os colegas de trabalho", disse em entrevista à Folha.
Cansada das agressões on-line, Priscila foi procurar um advogado especializado em crimes eletrônicos, que conseguiu um mandado de busca e apreensão do equipamento de onde eram feitas as ameaças.
Agora, ela acompanha o processo judicial. "Acho que quem fez isso não esperava esse desfecho. Não vai dar cadeia, mas a pessoa tem que pagar pelo que fez, aprender que não se pode brincar assim, mexer com a dignidade, com a moral de alguém. Mas o que eu passei, ninguém paga", diz.

Da internet para o cinema
Quando era adolescente, ainda nos tempos do VHS, o cineasta Daniel Aragão, 28, se viu em maus lençóis ao ter um vídeo de sexo protagonizado com a então namorada espalhado no boca a boca entre seus amigos. Ele aproveitou a experiência para fazer, anos depois, um filme sobre o assunto.
O curta-metragem "Não Me Deixe em Casa" aborda "como as pessoas se isolam do mundo quando estão amando", diz.
Com estreia prevista para agosto, o filme fala sobre as consequências da exposição e, também, sobre como é natural para os adolescentes lidarem com a tecnologia. (DA)


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