|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
segurança
Caça ao hacker
Agentes do FBI dizem que investigar as redes sociais é uma das táticas para tentar encontrar responsáveis por cibercrimes
RAFAEL CAPANEMA
ENVIADO ESPECIAL A SAUSALITO
De 2007 para 2008, nos EUA,
aumentaram em 33% as denúncias sobre crimes virtuais,
de acordo com um relatório
anual do FBI, a polícia federal
norte-americana. No ano passado, foram 275.284 queixas,
ante 206.884 em 2007.
Também cresceram, em
10,8%, as perdas financeiras totais com delitos de informática
nos EUA. Esse valor aumentou
de US$ 239 milhões, em 2007,
para US$ 265 milhões em 2008
-uma média de US$ 931 por
crime.
Três especialistas do FBI falaram sobre o combate ao cibercrime durante o Reviewer's
Workshop, evento da Symantec, em Sausalito (Califórnia),
na última sexta-feira.
Os departamentos de combate a delitos virtuais espalhados pelos EUA lidam com crimes tão distintos quanto roubo
de identidade, pornografia infantil, fraude financeira, extorsão por e-mail e golpes em sites
de leilões. Há ainda casos domésticos, como os de homens
que invadem a conta de e-mail
das ex-esposas.
Um filão que tem crescido,
segundo os policiais, é o de investigações em redes sociais,
como o Facebook e o MySpace.
Mesmo em casos que não envolvem diretamente a informática, as divisões de cibercrime
se encarregam de tarefas especializadas, como a análise do
computador de um suspeito de
homicídio.
Segundo o procurador Matthew Parrella, chefe da unidade
de invasão de computadores e
propriedade intelectual do norte da Califórnia, casos de contrabando de software têm diminuído por conta da popularidade crescente de programas on-line, como o Google Docs.
"Os ataques se darão cada vez
mais contra centros de computação em nuvem", afirma Parrella, referindo-se ao conceito
em que os dados são armazenados e gerenciados em servidores externos, e não nos computadores locais dos usuários.
Apesar de haver milhares de
pessoas envolvidas em crimes
virtuais ao redor do mundo, são
poucas as que coordenam as
ações. Como muitos dos casos
ultrapassam as fronteiras dos
EUA, o trabalho depende bastante de cooperação internacional. Se terroristas italianos
usam serviços de e-mail norte-americanos para planejar ataques, por exemplo, as autoridades europeias recorrem ao FBI
para ter acesso a esses dados.
Por outro lado, se grupos racistas nos EUA hospedam seus
sites em servidores da Oceania,
por exemplo, o FBI entra em
contato com as autoridades locais para poder colher evidências sobre os suspeitos.
Segundo os policiais, golpes
aparentemente ultrapassados
ainda vitimam muitas pessoas.
É o caso do célebre esquema nigeriano, em que um suposto
milionário pede, por e-mail, o
depósito de alguns milhares de
dólares prometendo transferir
à vítima uma generosa porção
de sua fortuna. "As pessoas
caem nessa o tempo todo", afirma o sargento Ed Schorder, supervisor da unidade de crimes
de alta tecnologia da polícia de
San Jose, na Califórnia.
"Temos recursos e orçamentos limitados, que não têm
acompanhado a escalada recente dos crimes virtuais" , afirma Donna Peterson, que gerencia o programa de cibercrimes
do FBI em Washington.
A principal dica dos especialistas do FBI para evitar ser vítima de crimes na rede é agir
com total cautela. "Se algo parece bom demais para ser verdade, então sempre é, de fato,
bom demais para ser verdade",
sintetiza Parrella.
O jornalista RAFAEL CAPANEMA viajou a convite da Symantec
Texto Anterior: Sensível ao toque: Tablet da Apple deverá ser lançado em outubro Próximo Texto: Norton tenta reverter fama de pesado Índice
|