São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 |
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Na periferia LAN houses espalham-se por bairros afastados e atraem pessoas atrás de serviços, jogos e socialização
CAMILA RODRIGUES
Todas as LAN houses visitadas em São Paulo ficam próximas de um ou mais telecentros da prefeitura, que oferecem acesso de graça e contêm, em média, 20 computadores cada um. O curioso é que as mesmas pessoas que freqüentam as salas de informática públicas vão às LAN houses. O motivo: ou porque a internet é mais rápida ou porque há jogos -o mais popular é o Counter Strike, de tiro. Devido a esse cenário, o Ibict (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) e a ABCID (Associação Brasileira dos Centros de Inclusão Digital) querem incluir LAN houses e cibercafés no MID (Mapa da Inclusão Digital). O projeto, iniciado em 2006 e acessível pelo inclusao.ibict.br, levantou quais são as salas dos projetos de inclusão digital das três esferas de governo. "A LAN house está onde o governo não está", constata Anaísa Caminha Gaspar, coordenadora técnica do MID. O problema, segundo ela, é que, pela falta de legislação adequada e de incentivos, a maioria dos estabelecimentos são irregulares. A estimativa da ABCID é que o índice de informalidade seja superior a 85%, afirma Mário Brandão, presidente da associação. "Reprimir a atividade é reprimir o acesso das camadas menos favorecidas à informação e à tecnologia. Os donos dessas LANs não são ex-presidiários fugitivos. São pessoas comuns, como os jornaleiros, os donos de padarias e de qualquer outro negócio." Legalização Na semana passada, a Polícia Civil fechou 335 estabelecimentos e apreendeu 2.339 computadores em São Paulo por falta de alvará de funcionamento ou porque ofereciam jogos de azar. A polícia verificou também se os jogos em que os usuários se conectam em rede são pirateados. Em relação a legalização, um dono de LAN house disse que seus jogos são originais, mas admitiu que, por enquanto, o Windows não é; por isso, já está providenciando o Linux para substituí-lo. "O bicho tá pegando", disse enquanto assistia à noticia sobre o fechamento das empresas, na última sexta. "Não dá para ficar pagando R$ 500 a licença para cada computador, sem contar o Office", diz. "Na periferia, você não vai encontrar uma 100% legalizada". Próximo Texto: Eventos on-line Índice |
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