São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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reportagem de capa

Telecentros aumentam acesso nos extremos de SP

GRÁTIS Em unidades da prefeitura, público tem aulas de informática em PCs com sistema Linux; velocidade da internet é inferior à oferecida nos centros pagos

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma casa térrea na cor azul abriga o Telecentro Bortolândia, no Tremembé, zona norte de São Paulo. Na porta de ferro, um sulfite informa sobre os cursos de janeiro: introdução à informática, blog, currículo e digitação e internet avançada.
No espaço, há 16 computadores sem disco rígido, ligados a um servidor central. Para usá-los, é preciso apresentar RG e comprovante de residência. As máquinas usam Linux e programas de código aberto. Há um software de acessibilidade, que facilita o uso dos PCs por deficientes. A conexão à internet é um tanto lenta.
Às 11h, em ponto, nota-se uma burocracia curiosa: como há mais computadores vagos do que usuários, estes devem sair da frente dos PCs e esperar até 11h10 para retornar. E o processo se repete a cada hora redonda, em todas as unidades.
Com poucas variações, esse é o perfil de quatro dos 238 telecentros da prefeitura de São Paulo, visitados pela Folha e situados nos bairros de Tremembé, Guaianases, Raposo Tavares e Grajaú. No total, há mais de 1,3 milhão de pessoas cadastradas nessa rede.
O curso mais procurado é o de introdução à informática, que abrange internet, editor de texto e planilhas.
Na aula das 9h30 da última quinta-feira, o instrutor Rodrigo Bernardo, da unidade do Grajaú, falava aos alunos sobre semelhança do OpenCalc, do BrOffice, com o Excel, do Microsoft Office. Participavam da aula nove adultos, a maioria mulheres, e três adolescentes. Seis crianças utilizavam a internet livremente.

Dispersão
Orkut e MSN é o que mais ocupa os jovens que freqüentam o Telecentro Kolping, em Guaianases, zona leste de São Paulo. Não importa se é hora de aula e eles precisam prestar atenção aos comandos de HTML ensinados pela professora de informática. A rede social e o programa de bate-papo ficam minimizados e, ao menor sinal de distração, eles trocam recados e olham fotos.
Mas há exceções. A estudante Viviane Maria de França, 18, prefere procurar trabalho. "Estou fazendo meu currículo e quero colocá-lo em sites de emprego", diz. Aline dos Santos, 17, usa o telecentro para fazer trabalhos da escola. "Em LAN house tem que pagar e não é sempre que tenho dinheiro."
O secretário de Participação e Parceria da prefeitura, Ricardo Montouro, diz que a orientação é que 20 minutos sejam para uso livre e 40, em cursos.

Crianças
O Telecentro de Raposo Tavares, quando está cheio, lembra uma creche. Às 14h30, crianças entre 7 e 12 anos ocupam 17 dos 19 PCs.
A maioria se entretém em joguinhos educativos protagonizados por pingüins. O supervisor da unidade, Rogério Duque, diz que o telecentro tem uma parceria com o centro de convivência onde as crianças ficam após as aulas; assim elas têm aula de informática todos os dias. (CR e DA)


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