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reportagem de capa
Telecentros aumentam acesso nos extremos de SP
GRÁTIS Em unidades da prefeitura, público tem aulas de informática em PCs
com sistema Linux; velocidade da internet é inferior à oferecida nos centros pagos
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma casa térrea na cor azul
abriga o Telecentro Bortolândia, no Tremembé, zona norte
de São Paulo. Na porta de ferro,
um sulfite informa sobre os
cursos de janeiro: introdução à
informática, blog, currículo e
digitação e internet avançada.
No espaço, há 16 computadores sem disco rígido, ligados a
um servidor central. Para usá-los, é preciso apresentar RG e
comprovante de residência. As
máquinas usam Linux e programas de código aberto. Há
um software de acessibilidade,
que facilita o uso dos PCs por
deficientes. A conexão à internet é um tanto lenta.
Às 11h, em ponto, nota-se
uma burocracia curiosa: como
há mais computadores vagos
do que usuários, estes devem
sair da frente dos PCs e esperar
até 11h10 para retornar. E o
processo se repete a cada hora
redonda, em todas as unidades.
Com poucas variações, esse é
o perfil de quatro dos 238 telecentros da prefeitura de São
Paulo, visitados pela Folha e situados nos bairros de Tremembé, Guaianases, Raposo Tavares e Grajaú. No total, há mais
de 1,3 milhão de pessoas cadastradas nessa rede.
O curso mais procurado é o
de introdução à informática,
que abrange internet, editor de
texto e planilhas.
Na aula das 9h30 da última
quinta-feira, o instrutor Rodrigo Bernardo, da unidade do
Grajaú, falava aos alunos sobre
semelhança do OpenCalc, do
BrOffice, com o Excel, do Microsoft Office. Participavam da
aula nove adultos, a maioria
mulheres, e três adolescentes.
Seis crianças utilizavam a internet livremente.
Dispersão
Orkut e MSN é o que mais
ocupa os jovens que freqüentam o Telecentro Kolping, em
Guaianases, zona leste de São
Paulo. Não importa se é hora de
aula e eles precisam prestar
atenção aos comandos de
HTML ensinados pela professora de informática. A rede social e o programa de bate-papo
ficam minimizados e, ao menor
sinal de distração, eles trocam
recados e olham fotos.
Mas há exceções. A estudante Viviane Maria de França, 18,
prefere procurar trabalho. "Estou fazendo meu currículo e
quero colocá-lo em sites de emprego", diz. Aline dos Santos,
17, usa o telecentro para fazer
trabalhos da escola. "Em LAN
house tem que pagar e não é
sempre que tenho dinheiro."
O secretário de Participação
e Parceria da prefeitura, Ricardo Montouro, diz que a orientação é que 20 minutos sejam
para uso livre e 40, em cursos.
Crianças
O Telecentro de Raposo Tavares, quando está cheio, lembra uma creche. Às 14h30,
crianças entre 7 e 12 anos ocupam 17 dos 19 PCs.
A maioria se entretém em joguinhos educativos protagonizados por pingüins. O supervisor da unidade, Rogério Duque,
diz que o telecentro tem uma
parceria com o centro de convivência onde as crianças ficam
após as aulas; assim elas têm
aula de informática todos os
dias.
(CR e DA)
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