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Wii e iPhone revolucionam interfaces
ANÁLISE > Com o desenvolvimento de novos aparelhos e programas, contato do homem com a máquina fica mais natural
JOHN MARKOFF
DO "NEW YORK TIMES"
Já faz mais de 20 anos desde
que Scotty tentou usar o mouse
de um computador como um
microfone para controlar um
Macintosh no filme "Jornada
nas Estrelas 4".
Desde então, os usuários de
computadores pessoais continuaram vivendo sob a tirania
dos mouses, dos ícones e dos
menus que se abrem, popularizados pela Apple e pela Microsoft na década de 1980.
No ano passado, no entanto,
a chegada do Wii, da Nintendo,
e do iPhone, da Apple, começou
a furar esse bloqueio, inovando
na forma como os humanos interagem com os computadores.
Os dois aparelhos valem-se
da idéia de controlar diretamente os objetos apresentados
em uma tela de uma forma
imersiva.
Com o Wii, um movimento
da mão consegue acertar uma
bola de tênis no ciberespaço;
com o iPhone, um toque do dedo consegue fazer uma foto escorregar pela tela como um papel sobre uma mesa.
A idéia de manipular diretamente a informação em uma
tela é quase tão antiga quanto
os velhos terminais gráficos de
computação, que datam ao menos de 1963, ano do surgimento
do programa de desenho
Sketchpad.
Desde então, muito se investigou sobre os dispositivos para
a movimentação de cursor, sobre alternativas ao teclado, sobre tecnologias de reconhecimento de voz e até mesmo sobre sensores que capturam as
ondas do cérebro humano e interagem com elas.
A novidade é uma união de
hardwares mais poderosos com
programadores em sua maioria
jovens. A nova geração possui
"em sua maioria menos de 25
anos", afirmou Joy Montford,
que até o mês passado ocupava
o cargo de vice-presidente para
inovação em um grupo do Yahoo!. "Eles vêm de um mundo
com uma mídia fluída e intensificam isso em um nível extraordinário."
Um exemplo dessa nova postura imersiva é o programa Pic-Lens, da Cooliris (www.cooliris.com). Esse plug-in para
navegadores coloca um ícone
nas foto da rede, mostrando
que essas imagens estão em sites como o Google ou o Flickr,
que podem ser navegados com
o software. Ao clicar no ícone, o
usuário sai das páginas convencionais e mergulha em um ambiente imersivo.
O programa elimina as molduras do browser e dá a sensação de voar por um espaço tridimensional. Austin Shoemaker, diretor da área de tecnologia da Cooliris, disse que "as
pessoas deveriam ver uma interface de computador menos
como um instrumento e mais
como uma extensão delas próprias ou uma extensão de suas
mentes".
A voz, também, começa finalmente a desempenhar um
papel significativo como instrumento de interface em uma
nova geração de portáteis. "Estamos à beira de criar algo tão
atraente quanto as telas sensíveis ao toque, apenas com a
voz", afirmou Mike McCue, diretor-gerente da Tellme, uma
subsidiária da Microsoft.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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