São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Wii e iPhone revolucionam interfaces

ANÁLISE > Com o desenvolvimento de novos aparelhos e programas, contato do homem com a máquina fica mais natural

JOHN MARKOFF
DO "NEW YORK TIMES"

Já faz mais de 20 anos desde que Scotty tentou usar o mouse de um computador como um microfone para controlar um Macintosh no filme "Jornada nas Estrelas 4".
Desde então, os usuários de computadores pessoais continuaram vivendo sob a tirania dos mouses, dos ícones e dos menus que se abrem, popularizados pela Apple e pela Microsoft na década de 1980. No ano passado, no entanto, a chegada do Wii, da Nintendo, e do iPhone, da Apple, começou a furar esse bloqueio, inovando na forma como os humanos interagem com os computadores. Os dois aparelhos valem-se da idéia de controlar diretamente os objetos apresentados em uma tela de uma forma imersiva.
Com o Wii, um movimento da mão consegue acertar uma bola de tênis no ciberespaço; com o iPhone, um toque do dedo consegue fazer uma foto escorregar pela tela como um papel sobre uma mesa.
A idéia de manipular diretamente a informação em uma tela é quase tão antiga quanto os velhos terminais gráficos de computação, que datam ao menos de 1963, ano do surgimento do programa de desenho Sketchpad.
Desde então, muito se investigou sobre os dispositivos para a movimentação de cursor, sobre alternativas ao teclado, sobre tecnologias de reconhecimento de voz e até mesmo sobre sensores que capturam as ondas do cérebro humano e interagem com elas.
A novidade é uma união de hardwares mais poderosos com programadores em sua maioria jovens. A nova geração possui "em sua maioria menos de 25 anos", afirmou Joy Montford, que até o mês passado ocupava o cargo de vice-presidente para inovação em um grupo do Yahoo!. "Eles vêm de um mundo com uma mídia fluída e intensificam isso em um nível extraordinário."
Um exemplo dessa nova postura imersiva é o programa Pic-Lens, da Cooliris (www.cooliris.com). Esse plug-in para navegadores coloca um ícone nas foto da rede, mostrando que essas imagens estão em sites como o Google ou o Flickr, que podem ser navegados com o software. Ao clicar no ícone, o usuário sai das páginas convencionais e mergulha em um ambiente imersivo.
O programa elimina as molduras do browser e dá a sensação de voar por um espaço tridimensional. Austin Shoemaker, diretor da área de tecnologia da Cooliris, disse que "as pessoas deveriam ver uma interface de computador menos como um instrumento e mais como uma extensão delas próprias ou uma extensão de suas mentes".
A voz, também, começa finalmente a desempenhar um papel significativo como instrumento de interface em uma nova geração de portáteis. "Estamos à beira de criar algo tão atraente quanto as telas sensíveis ao toque, apenas com a voz", afirmou Mike McCue, diretor-gerente da Tellme, uma subsidiária da Microsoft.


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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