São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Reportagem de capa

Usuários temem banco de dados do Google

Internautas reclamam que megabuscador recolhe muitas informações sobre suas vidas e culpam serviço por exposição indesejada

GUSTAVO VILLAS BOAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é preciso de números para afirmar o poder do Google na internet e, por conseqüência, no mundo da tecnologia.
"Algumas pessoas digitam o endereço de um site no campo de busca do Google. Para elas, o Google é a própria internet: sem o primeiro, a segunda não existiria", diz Manoel Netto, consultor e autor do Tecnocracia.com.br.
Apesar de não nutrir antipatia pela empresa do buscador, Netto afirma que há motivos para se preocupar com ela.
"Os tentáculos do Big G [Google] estão se ampliando muito rapidamente e canibalizando o mercado", diz ele sobre as compras -como a do YouTube- feitas pelo Google. Para Netto, essa volúpia pode diminuir a diversidade da internet.
Outra preocupação de Netto é a quantidade de informação que circula pelos servidores da empresa, responsável por 65,26% das buscas realizadas nos EUA em abril deste ano, de acordo com a empresa de monitoramento Hitwise. "Claro que é possível cometer "googlecídio", mas isso limitaria o uso da rede", afirma.
O blogueiro James Thomas (www.centernetworks.com) apostou nessa solução. Segundo ele, não foi por medo do Google, mas do que o governo norte-americano pode fazer com as informações contidas no buscador.
O Google guarda as buscas feitas pelos usuários -quem tem uma conta do Google pode ver quais procuras realizou e quando. Outra forma de obter dados é pelo Gmail: os termos de serviço autorizam a empresa a escanear todas as mensagens recebidas pelo usuário.
O Google afirma que isso é feito apenas para melhorar as buscas e para aprimorar os anúncios contextualizados (ver boxe).

Dedo-duro
Outra reclamação comum é a de que o Google entrega informações para quem não deveria. "Muita gente reclama que o Google já revelou indevidamente sua vida privada a alguém", conta Felipe Micaroni, autor do site e fã-clube do Google www.gugologia.hpg.ig.com.br.
Apesar de a página não ser atualizada -hoje ele cuida do blog conhecimento-livre.blogspot.com, também sob guarda-chuva Google- ele ainda recebe mensagens sobre a empresa.
As críticas são raras, segundo ele, e a maioria diz respeito ao Orkut, o site mais popular do Brasil (ranking da Alexa.com) e propriedade do Google.


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