São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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China dá acesso instantâneo a sites

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

Apesar do bloqueio de milhares de sites no país e da campanha oficial contra a pornografia, a internet na China dá acesso instantâneo a páginas de sexo explícito, que cobram por seus serviços nas contas de telefones celulares ou de cartões de crédito.
O governo chinês enfrenta a contradição de abrir o país ao capital estrangeiro e, ao mesmo tempo, tentar manter o controle sobre o tipo de informação a que a população do país têm acesso.
A internet é o mais recente alvo da ofensiva governamental. Na última sexta-feira, o Ministério da Indústria da Informação anunciou que irá iniciar uma nova campanha para bloquear sites "ilegais", entre os quais se encontram os pornográficos.
Para tentar evitar a cobrança de serviços pelas contas de telefone, o ministério vai fiscalizar as taxas administradas pelas companhias de telecomunicações e fixar um padrão para as atividades consideradas legais.
O ministro da Indústria da Informação, Wang Xudong, disse à agência de notícias oficial Xinhua que a falta de fiscalização provocou o aumento de informações "violentas e pornográficas na internet, que podem envenenar a mente dos mais jovens".
O governo já impôs uma série de restrições ao acesso de menores de idade aos cibercafés. Só maiores de 16 anos podem usar os serviços, mediante a apresentação de carteira de identidade.
Também foram fechados 8.600 lugares com acesso à internet desde fevereiro e suspensas as autorizações para abertura de empresas que oferecem esse serviço.
Mas os que têm acesso privado a computador podem acessar sites pornográficos sem problemas. Uma busca no Yahoo! com a palavra "sex" traz como resultado 5,14 milhões de páginas em inglês e chinês simplificado. Se a busca é só em inglês, o número aumenta para 64,9 milhões. Com a palavra "porn", o resultado é de 1,45 milhão e 21,7 milhões, respectivamente. Nas tentativas realizadas pela Folha, os sites puderam ser abertos sem problemas, o que nem sempre ocorre nas páginas que trazem informações ou notícias que desagradam ao governo.


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