São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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TECNOLOGIA

Custando US$ 3.800, Robovie-M vem desmontado e consegue executar movimentos elaborados

Robô japonês é vendido em kit para montar

YURI KAGEYAMA
DA ASSOCIATED PRESS

Se você é o tipo de pessoa que passa horas montando miniaturas de veículos radiocontrolados, vai adorar o robô Robovie-M. Para as demais pessoas, a montagem parece um aborrecimento.
Eu acreditava que os robôs deveriam economizar trabalho. Não o Robovie-M. Esse robô, que é um dos poucos de seu tipo à venda como produto comercial, custa US$ 3.800 e vem desmontado em dúzias de pequenas peças -placas de alumínio, motores, cabos, porcas e parafusos.
A montagem requer semanas (ou meses), mas o trabalho em si não exige mais habilidade do que a construção de uma miniatura. É o que diz a Vstone, empresa japonesa que criou o Robovie-M e afirma já ter vendido quase todo o seu primeiro lote de cem robôs (o manual de instruções vem em japonês e inglês).
Este jornalista, que não se enquadra no perfil dos aficionados por robôs, tomou a liberdade de pular a montagem e brincou, por algumas horas, com um modelo já pronto, cujo cérebro é um microprocessador de 16 bits e cuja fonte de energia são cinco baterias recarregáveis do tipo AAA.
O Robovie-M não se parece em nada com o amigável robô canino Aibo, da Sony (US$ 1.800 nos Estados Unidos), cuja popularidade emana de uma resposta aparentemente emocional a estímulos humanos. Mesmo quando já está montado, o Robovie-M é uma mistura confusa de motores, partes metálicas e cabos. Ele não tem muito do que se poderia chamar de inteligência artificial.
Uma vez ligado, o robô ganha vida, caminhando com segurança. Ele responde muito bem aos comandos de seu radiocontrolador. Apesar disso, não consegue fazer muitas coisas úteis.
Ao contrário de outros robôs humanóides experimentais, como o Qrio, da Sony, e o Asimo, da Honda, que custariam mais caro do que carros de luxo se estivessem à venda, o Robovie-M não tem câmeras digitais no lugar de olhos e não consegue falar nem reconhecer palavras.
Outros robôs à venda no mercado japonês são ligeiramente mais práticos do que o Robovie-M, mas tendem a custar um pouco mais. O quadrúpede Banryu, criado pelas empresas Tmusk e Sanyo Electric, é alugado por aproximadamente US$ 2.200 diários. Ele possui reconhecimento de voz, transmite imagens via câmera digital e pode ser controlado por meio de um telefone celular.
O Wakamaru, da Mitsubishi Heavy Industries, tem aparência mais humana, com uma cabeça arredondada e dois olhos. Ele consegue participar de conversas simples, fica de olho na sua casa quando você está fora e é capaz de fazer pesquisas na internet. A Mitsubishi pretende começar a vendê-lo no próximo ano por aproximadamente US$ 9.000.
O Maron-1, da Fuji, é mais acessível: US$ 2.900. Ele se parece a um aspirador de pó e monitora a casa do dono por meio de uma câmera. O Maron-1 ajuda a controlar remotamente os eletrodomésticos, pode ser dirigido via celular e funciona como telefone.
O Robovie-M não é tão sofisticado, mas assistir a seus movimentos é interessante. Além de se ajoelhar e socar o chão, como se estivesse irritado, o robô pula e joga uma pequena bola.


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