São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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Usuário de Twitter e Facebook é sociável também na vida real

Internautas estão mais inclinados a frequentar parques e cafés, diz pesquisa

STEFANIE OLSEN
DO "NEW YORK TIMES"

Diariamente são enviadas ao Facebook e ao Twitter centenas de atualizações de amigos, mas será que as pessoas se sentem realmente mais próximas umas das outras?
Com base no número de amigos com os quais as pessoas revelaram trocar confidências, percebe-se que o tamanho médio do círculo social dos norte-americanos é hoje menor do que era há 20 anos.
Mas, contrariando a opinião popular, segundo um novo estudo divulgado em novembro pelo Pew Internet & American Life Project, o uso de telefones celulares e da internet não é o culpado disso.
Baseado em entrevistas feitas por telefone com uma amostragem nacional de 2.512 adultos que moram na parte continental dos EUA, o estudo revelou que as pessoas que regularmente usam tecnologias digitais são mais sociáveis do que a média dos norte-americanos e estão possivelmente mais inclinadas a frequentar parques e cafés ou a realizar trabalhos voluntários em instituições locais.

Isolamento
O estudo identificou, porém, alguns comportamentos antissociais. Pessoas que usam redes de relacionamento como o Facebook ou o Linkedin têm 30% menos chance de conhecer seus vizinhos e 26% menos chance de oferecer companhia a eles.
O Pew fez perguntas capazes de chegar ao cerne da relação entre o isolamento social nos EUA e o uso de tecnologias digitais, com o intuito de desbancar a ideia segundo a qual a tecnologia leva as pessoas a vestir seus pijamas e a hibernar ou a perder alguns amigos.
Dois anos atrás, uma pesquisa nacional de opinião fez supor que a maioria dos norte-americanos estivesse se sentindo socialmente mais isolada devido à ascensão da internet e do telefone celular. Esse estudo mostrou que, de 1985 a 2004, o número de amizades íntimas citadas pelas pessoas havia diminuído de três para dois.
O relatório do Pew confirmou essas descobertas, mas desqualificou dados do estudo anterior, segundo o qual o número de pessoas que afirmavam não ter ninguém para trocar confidências havia quase triplicado de 1985 a 2004.
O Pew mostrou que apenas 6% da população se encaixa nessa categoria de isolamento -grupo esse que não apresentou nenhuma mudança significativa nos últimos 25 anos.
O círculo de amigos íntimos entre os usuários de telefone celular tende a ser 12% maior do que entre os não usuários, e as pessoas que compartilham fotos on-line ou mensagens instantâneas têm círculos sociais 9% maiores do que as que não o fazem.

Cara a cara
O Pew confirmou que as redes sociais norte-americanas estavam se tornando menos diversificadas (consideram-se diversificados os relacionamentos mantidos entre pessoas de origens diferentes). Na média, porém, os círculos sociais de usuários de telefone celular e mensagem instantânea eram mais diversificados do que os de não usuários.
O estudo mostrou que as pessoas preferem a comunicação cara a cara como meio principal para se manterem em contato com os amigos e a família (pessoas que compartilham laços de afeto entre si se encontram pessoalmente, em média, 210 dias por ano). Os entrevistados disseram manter contato por telefone celular, em média, 195 dias por ano.


Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS


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