|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Usuário de Twitter e Facebook é sociável também na vida real
Internautas estão mais inclinados a frequentar parques e cafés, diz pesquisa
STEFANIE OLSEN
DO "NEW YORK TIMES"
Diariamente são enviadas ao
Facebook e ao Twitter centenas de atualizações de amigos,
mas será que as pessoas se sentem realmente mais próximas
umas das outras?
Com base no número de amigos com os quais as pessoas revelaram trocar confidências,
percebe-se que o tamanho médio do círculo social dos norte-americanos é hoje menor do
que era há 20 anos.
Mas, contrariando a opinião
popular, segundo um novo estudo divulgado em novembro
pelo Pew Internet & American
Life Project, o uso de telefones
celulares e da internet não é o
culpado disso.
Baseado em entrevistas feitas por telefone com uma
amostragem nacional de 2.512
adultos que moram na parte
continental dos EUA, o estudo
revelou que as pessoas que regularmente usam tecnologias
digitais são mais sociáveis do
que a média dos norte-americanos e estão possivelmente
mais inclinadas a frequentar
parques e cafés ou a realizar
trabalhos voluntários em instituições locais.
Isolamento
O estudo identificou, porém,
alguns comportamentos antissociais. Pessoas que usam redes
de relacionamento como o Facebook ou o Linkedin têm 30%
menos chance de conhecer
seus vizinhos e 26% menos
chance de oferecer companhia
a eles.
O Pew fez perguntas capazes
de chegar ao cerne da relação
entre o isolamento social nos
EUA e o uso de tecnologias digitais, com o intuito de desbancar a ideia segundo a qual a tecnologia leva as pessoas a vestir
seus pijamas e a hibernar ou a
perder alguns amigos.
Dois anos atrás, uma pesquisa nacional de opinião fez supor que a maioria dos norte-americanos estivesse se sentindo socialmente mais isolada
devido à ascensão da internet e
do telefone celular. Esse estudo
mostrou que, de 1985 a 2004, o
número de amizades íntimas
citadas pelas pessoas havia diminuído de três para dois.
O relatório do Pew confirmou essas descobertas, mas
desqualificou dados do estudo
anterior, segundo o qual o número de pessoas que afirmavam não ter ninguém para trocar confidências havia quase
triplicado de 1985 a 2004.
O Pew mostrou que apenas
6% da população se encaixa
nessa categoria de isolamento
-grupo esse que não apresentou nenhuma mudança significativa nos últimos 25 anos.
O círculo de amigos íntimos
entre os usuários de telefone
celular tende a ser 12% maior
do que entre os não usuários, e
as pessoas que compartilham
fotos on-line ou mensagens
instantâneas têm círculos sociais 9% maiores do que as que
não o fazem.
Cara a cara
O Pew confirmou que as redes sociais norte-americanas
estavam se tornando menos diversificadas (consideram-se diversificados os relacionamentos mantidos entre pessoas de
origens diferentes). Na média,
porém, os círculos sociais de
usuários de telefone celular e
mensagem instantânea eram
mais diversificados do que os
de não usuários.
O estudo mostrou que as pessoas preferem a comunicação
cara a cara como meio principal
para se manterem em contato
com os amigos e a família (pessoas que compartilham laços
de afeto entre si se encontram
pessoalmente, em média, 210
dias por ano). Os entrevistados
disseram manter contato por
telefone celular, em média, 195
dias por ano.
Tradução de
FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
Texto Anterior: Notas Próximo Texto: Frase Índice
|