Pelados, mascarados ou com a face exposta, internautas frequentam site de bate-papo com vídeo que proporciona encontros aleatórios

EMERSON KIMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pessoas em frente a uma câmera vestindo fantasias, segurando cartazes, desenhando, escrevendo, dançando, fazendo caretas, rindo, gritando, cantando, brincando com bichos de estimação, curtindo uma festa, comendo, fumando, bocejando, tirando a roupa. Com tudo isso, o Chatroulette (chatroulette.com ou chatrt.com) é um sucesso -não por acaso, sua fórmula já começou a ser copiada por outros sites.
No ano passado, o Omegle (omegle.com) chamou certa atenção ao oferecer bate-papo entre duas pessoas estranhas escolhidas de maneira aleatória. Lançado em novembro, o Chatroulette funciona de maneira parecida, mas com um adicional importante: o uso de microfone e webcam para transmissão de áudio e imagem. A ideia deu certo.
Segundo dados da comScore divulgados pela Associated Press, o site recebeu quase 1 milhão de visitantes únicos em janeiro. Até o início de dezembro, havia um limite de 2.000 usuários conectados simultaneamente ao site; hoje, esse número é dez vezes maior.
O sucesso do Chatroulette não tardou a chamar a atenção de investidores: o fundador Andrey Ternovskiy, um russo de 17 anos, foi aos EUA para se reunir com programadores e pessoas interessadas em colocar dinheiro no site.
O Chatroulette tem uma interface limpa e simples. À esquerda, são exibidas as imagens das webcams dos participantes da conversa; à direita, há um espaço para troca de mensagens de texto. No topo, há três botões: Play/Next (para iniciar uma conversa), Report (para acusar uso impróprio) e Pause (para pausar o chat).
A opção Auto reconnect faz com que uma nova conversa seja automaticamente iniciada após uma interrupção, e a Cam required exige que o seu interlocutor use uma webcam (nem sempre funciona).
No começo, a experiência pode ser frustrante, pois é difícil estabelecer uma conversa. Na maioria das conexões, não há conversa: um usuário olha o outro e rapidamente aperta Next, à procura de alguém que lhe pareça mais interessante. Às vezes a comunicação se resume a gestos ou caretas, e mesmo boa parte dos diálogos dura menos de um minuto.
Claro, nem sempre as coisas são assim. Suas chances de ficar mais de um minuto conectado a alguém aumentam bastante se estiver fantasiado, dançando, cantando ou fazendo qualquer coisa que chame a atenção -ou se você for mulher. Não há dados oficiais, mas é fácil perceber que a grande maioria dos usuários é do sexo masculino.


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