São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

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Barreira entre sistemas pode ficar mais tênue

DA ENVIADA ESPECIAL

Até hoje, os computadores da Apple foram marcados por duas características principais: continham processador IBM e contavam com sistema operacional da própria Apple, o Mac OS. Enquanto isso, de modo geral, os computadores de outros fabricantes que continham processador Intel usavam o sistema operacional Windows, da Microsoft.
Agora, tudo mudou. A adoção de processadores da Intel na nova geração de máquinas da Apple pode significar que os PCs dotados do processador Intel Core Duo serão compatíveis com o sistema operacional da Apple, o Mac OS. Pode ser também que o contrário se torne possível, e que os computadores da Apple com chip da Intel estejam aptos a utilizar o sistema operacional Windows, da Microsoft.
Essas possibilidades, porém, ainda estão no campo da dúvida. Apesar de teoricamente elas se mostrarem possíveis, já que ambos os sistemas operacionais funcionarão com o mesmo processador, será preciso esperar os primeiros usuários testarem a compatibilidade para verificar a existência ou não de mecanismos de proteção.
Os fabricantes nada confirmaram, mas também não chegaram a desmentir. Executivos da Apple disseram apenas que a empresa não apóia esse tipo de atividade e que recomenda fortemente o uso do próprio sistema operacional em suas máquinas. Salientaram ainda que as vulnerabilidades se fazem presentes nos micros não por conta do tipo de processador, mas por causa do sistema operacional usado, e que o Mac OS estaria menos suscetível a spywares e a adwares do que o Windows.

Rosetta
Mas a questão da compatibilidade vai além do possível fim das barreiras entre Mac OS e Windows. Para a Apple, a adoção de processadores Intel representou a necessidade de criar uma ponte que permitisse o diálogo entre os programas concebidos para seus micros com processador IBM e para os com processador Intel.
Ainda não há uma solução definitiva para esse problema, que está sendo temporariamente solucionado por uma tecnologia chamada Rosetta, integrada ao sistema operacional. Seu papel é traduzir as aplicações baseadas no IBM PowerPC para que sejam compreendidas pelo Intel Core Duo. A Apple promete que o usuário não notará o desempenho da Rosetta, que ocorrerá automaticamente, sem necessidade de qualquer configuração.
Mas como nem tudo é perfeito, softwares como Final Cut Pro e Soundtrack Pro não são compatíveis com a Rosetta. Isso significa que, para funcionarem num iMac com Intel, é preciso que o usuário adquira atualizações desses programas para versões universais.
Essas versões, no entanto, poderão custar até US$ 699 (caso do Final Cut Pro 1, 2 e 3) e só estarão disponíveis a partir de 31 de março -quase três meses após o lançamento das máquinas Intel.

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