São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Muitos núcleos melhoram desempenho

DA UNIVERSIDADE DE MANCHESTER

Uma conseqüência da forma como a tecnologia vem avançando é a mudança de paradigma nos microprocessadores de alta performance.
Durante várias décadas, arrancaram-se todas as gotas possíveis de performance dos processadores de ponta com núcleo único, e isso ao custo de uma complexidade arquitetural feroz. Acrescentaram-se recursos que ultrapassavam o limite dos retornos cada vez menores, porque todos os softwares dependiam de um modelo particularmente simples de programação em linha única.
Agora, de uma hora para outra, tudo mudou. Os processadores com dois núcleos tornaram-se o padrão, os com quatro núcleos começam a aparecer, e o setor já fala sobre o crescimento futuro em termos de processadores com mais núcleos em um chip.
O que aconteceu?
O paralelismo para uso geral certamente não foi solucionado e, até que o seja, a utilidade de processadores de vários núcleos continua a ser questionável (para os aplicativos de desktop de uso geral; não há dúvida sobre a utilidade deles em muitos aplicativos de servidores).
Os lucros cada vez menores oferecidos pela complexidade adicional, os custos de projeto e a mudança da relação entre as defasagens de processamento e de comunicação nos chips se somam para tornar o investimento nos processadores de núcleo único menos atraente.
A operação de cortar e colar é tão fácil no silício quanto em qualquer outro lugar, de forma que colocar dois ou quatro núcleos em um chip não se revela tão mais difícil do que colocar um. O setor simplesmente abandonou o caminho do processador de núcleo único, considerando-o difícil demais e optando pela rota que oferecia menos resistência.
Os fabricantes conseguem aumentar a capacidade de processamento por meio do investimento nos núcleos múltiplos; se você consegue ou não utilizar esse potencial, isso é problema seu, não deles.
Há uma motivação consideravelmente maior para realizar avanços no paralelismo de uso geral: não há mais outra forma de seguir adiante.

Que chip usar?
Os processadores podem ser avaliados segundo seu custo de fabricação (que diz respeito à performance por unidade de área de silício) e segundo seu custo de rodagem (que diz respeito à sua eficiência no consumo de energia).
No primeiro caso, os processadores de alta performance, como os dos desktops, e os processadores embutidos do tipo ARM, como os usados em celulares e em players de música, são basicamente equivalentes.
No segundo, os processadores embutidos apresentam grande vantagem.
Eles ficam atrás na performance de direção única de processamento, mas, se e quando o paralelismo estiver disponível, essas máquinas terão mais eficiência no consumo de energia ao usar um grande número de processadores em oposição a um pequeno número de processadores de ponta.


Texto Anterior: Saiba quem é o professor Steve Furber
Próximo Texto: Gasto de energia cai, mas consumo geral aumenta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.