São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

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comunicação

Tijolão evolui e vira PC de bolso

INTELIGÊNCIA Os celulares, que já têm programas e serviços, devem ficar ainda mais personalizados

HENRIQUE MARTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos jovens da nova geração, que crescem com a evolução do telefone com música, câmera fotográfica e internet banda larga, uma breve lição de história: há 25 anos, o celular só servia para falar.
Os primeiros dispositivos eletrônicos para redes celulares foram inventados muito antes, nos anos 1960, mas aconteceu exatamente em 1983 o lançamento do modelo 8000X do Motorola DynaTAC, um tijolão de quase 800 gramas que chegaria às mãos dos usuários no ano seguinte.
De lá para cá, o design foi algo que mudou muito. Do primeiro tijolão aos projetos ultrafinos de hoje (sem contar o iPhone), o celular evoluiu a ponto de se transformar em objeto de desejo do usuário.
"Lembra da indústria automobilística no começo? Os carros eram monocromáticos. Hoje, temos conversíveis e [carros] de todas as cores. O mesmo vale para os telefones. No começo, eles só serviam para falar mesmo", diz William Yau, designer da Nokia.
O que mudou também foi o sistema operacional que move o telefone, já que, atualmente, os celulares são praticamente PCs de bolso.
Os sistemas mais populares -Symbian, Windows Mobile, Linux e, ainda neste ano, Android, desenvolvido com incentivo do Google e parceiros-, brigam por mercado e ainda não há um grande vencedor. Correndo por fora, tem a Apple e seu Mac OS X.
"Os perfis são distintos. Quem usa o Windows quer produtividade, o Linux é bastante usado para celulares com música e o Symbian, para multimídia", explica Edson Bortolli Jr., diretor de produto da Motorola. "As operadoras também não se interessam pelo domínio de um sistema só", completa.
Praticamente todos os fabricantes de celulares e equipamentos de redes entrevistados pela Folha confirmam uma tendência para o futuro nos telefones celulares: os aparelhos serão cada vez mais personalizáveis e os serviços oferecidos por eles vão atrair cada vez mais o consumidor.
"Telefone é vitrine para serviços. Não é à toa que Yahoo!, Google e Apple estejam atrás [desse mercado]. Com serviços no aparelho, o valor da internet vai para o celular", diz Jesper Rhode, vice-presidente de multimídia da Ericsson.
Para Frederick Kitson, vice-presidente da Motorola Labs, "a personalização da interface integrada às buscas vai fazer, por exemplo, o buscador entender o contexto ao redor do usuário, o que ele faz, gosta, de uma forma natural".
Ele dá um exemplo: "Um acelerômetro embutido pode identificar quando você está parado ou em movimento e bloqueia chamadas no carro, por exemplo. Ao mesmo tempo, ele pode informar como está o trânsito."
Outro exemplo de função que pode vir a existir no futuro é citado por Alan Herring, diretor da Tibco Software. "Já existem, nos EUA, serviços que unem a experiência de comparação de preços on-line com códigos 2D em lojas físicas, permitindo comparar preços dentro da loja, em tempo real."


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