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comunidades on-line
Estudantes nerds desafiam o Facebook
EM DEFESA DA PRIVACIDADE >> Garotos arrecadam milhares de dólares para o Diaspora, rede social que ainda é só um projeto
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
O mais novo fenômeno cibernético nos EUA ainda nem
existe, mas já tem o apoio -financeiro- de mais de 4.700 internautas, graças a uma propaganda milagrosa: ser uma alternativa ao Facebook.
Com a promessa de resolver
os problemas de privacidade do
site multimilionário de Mark
Zuckerberg, quatro nerds, como se definem, criaram um
projeto de rede social que não
force os usuários a dividir para
sempre as suas informações
pessoais.
Para concretizar essa ideia,
batizada de Diaspora, os estudantes da NYU (New York University) Ilya Zhitomirskiy, 20,
Dan Grippi, 21, Max Salzberg,
22, e Raphael Sofaer, 19, só precisariam de alguns meses e US$
10 mil, segundo suas contas.
Em 24 de abril, iniciaram
uma arrecadação on-line (em
tinyurl.com/2ensbuk) para
atingir o objetivo orçamentário
em 39 dias.
Conseguiram o feito em apenas 12. E o fenômeno continuou a crescer: há uma semana,
depois de dobrarem a meta,
com mais de US$ 20 mil, viraram objeto de reportagem do
"The New York Times".
Disseminada a bandeira anti-Facebook pelo terceiro jornal
de maior circulação no país, a
coleta explodiu: até a conclusão
desta edição, o total superava
US$ 173 mil, 17 vezes mais do
que se previa necessário.
O quarteto não anunciou o
que planeja fazer com o dinheiro extra. Querem entregar primeiro a ideia que gerou todo o
burburinho: um software livre,
com código aberto para que outros programadores possam
aperfeiçoá-lo (mais detalhes
em www.joindiaspora.com).
Gratuito, o Diaspora, que deve ser lançado entre julho e
agosto, pretende ser a rede social do futuro, permitindo ao
internauta montar o seu servidor pessoal, agregando a informação que quiser -como as
hoje espalhadas por Twitter,
Facebook ou Last.fm-, sem
prejudicar sua privacidade.
"Quando você abre mão de
dados, está fazendo isso para
sempre", disse Salzberg, o líder
da empreitada, em entrevista
ao "New York Times".
"A importância do que eles
[sites como o Facebook] dão
em troca é desprezível se comparada ao que estão fazendo, e
nós estamos abrindo mão de
toda a nossa privacidade."
O grito dos quatro universitários ecoou em um grande número de insatisfeitos com a atitude das companhias americanas, que requerem cada vez
mais informações dos usuários,
em troca de mais rapidez e facilidades durante a navegação.
Os riscos que vêm incomodando os internautas são a impossibilidade de voltar atrás e
apagar dados; e o fato de que
podem ser vendidos a marqueteiros interessados no comportamento dos consumidores.
"Elas [as grandes redes sociais] têm o poder de fazer o
que quiserem com isso [as informações]. Esse é um problema que vamos consertar", diz
Ilya Zhitomirskiy, em vídeo de
divulgação do Diaspora.
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