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Políticos ainda engatinham no microblog
VERA MAGALHÃES
EDITORA DE BRASIL
Já virou lugar comum dizer
que o Twitter terá um papel
fundamental na campanha
eleitoral brasileira em 2010, repetindo e ampliando o que
aconteceu nos Estados Unidos
na eleição de Barack Obama.
Por conta dessa máxima, os políticos brasileiros migraram em
peso para o microblog desde o
ano passado. Afora o hype, no
entanto, ainda são poucos os
que sabem usar a ferramenta.
Os números são superlativos.
Na última sexta, o perfil Twiticos (@twiticos), especializado
justamente em seguir os perfis
ligados a políticos e a partidos,
certificando sua autenticidade,
tinha em suas listas mais de
900 políticos cadastrados.
Eram 271 deputados federais,
207 perfis ligados a partidos,
131 vereadores, 111 deputados
estaduais, 56 senadores, 11 ministros e seis governadores.
Dos quatro principais candidatos a presidente da República, só a ministra Dilma Rousseff (PT) ainda não tem perfil
oficial no Twitter, embora existam vários alimentados por
seus simpatizantes -e perfis
falsos criados por opositores.
O tucano José Serra é o mais
ativo entre os outros três, seja
em número de seguidores, seja
em presença na rede. Na sexta,
o número de seguidores era de
156.243. Com posts quase sempre de madrugada, o governador de São Paulo mescla divulgação de sua agenda e de obras
da gestão a comentários pessoais sobre filmes, músicas e
personalidades públicas.
O deputado Ciro Gomes
(PSB), com 6.426 seguidores
na última sexta-feira, começou
em ritmo acelerado no Twitter,
mas foi perdendo o fôlego. O
último de seus singelos 25 tuítes foi em dezembro.
A senadora Marina Silva e
seu partido, o PV, estão na vanguarda da definição das redes
sociais como espaço privilegiado para a campanha, já que ela
terá direito a um espaço bastante reduzido no quinhão da
propaganda eleitoral gratuita.
Sua presença no Twitter, no
entanto, ainda está aquém do
discurso sobre o papel estratégico da ferramenta. Com quase
3.000 seguidores na semana
passada, Marina não tuíta desde novembro de 2009.
Os silêncios prolongados são
apenas um dos pecados que os
políticos brasileiros ainda cometem no Twitter. Há os que
delegam a tarefa de postar a assessores, o que fica visível seja
pelo uso da terceira pessoa, seja pelo tom de "release".
Existem ainda os que tentam
driblar a exigência de 140 caracteres fracionando um texto
longo em vários tuítes, o que
entope a timeline dos seguidores e não cumpre o papel de
uma comunicação ágil e direta.
Por fim, poucos exploram todo o potencial do Twitter, lincando para textos de interesse,
vídeos e conteúdo extra -demanda dos usuários e, aí sim,
diferencial na campanha.
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