São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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Consumo

Na bola de Cristal

Pesquisadores tentam descobrir as próximas tendências

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Descobrir o que vem por aí, principalmente no mundo tecnológico, é quase um exercício de adivinhação -quase. É preciso saber interpretar os sinais que já se apresentam no cotidiano e tomá-los como base para decifrar o que aparecerá mais adiante.
Na semana passada, dois eventos em São Paulo tentaram buscar pistas sobre o que vem por aí. O seminário MediaOn (www.mediaon.com.br), sobre jornalismo on-line, debateu os rumos das novas mídias -e em quais plataformas elas deverão ser consumidas.
Em outro evento, a consultoria de tendências WSGN (www.wgsn.com), voltada aos universos da moda e do design, também apontou a que o mercado tecnológico deve assistir logo mais.
Michael Rogers, que exerce o curioso cargo de futurista no jornal "New York Times", fez a palestra de abertura do MediaOn tentando antecipar o aparelho pessoal do futuro. Ele aposta em um smartphone capaz de projetar imagens de forma ampliada, em uma parede. Na hora de digitar, usa-se um teclado que, em vez de ser mecânico, também é projetado sobre qualquer superfície plana, formando teclas virtuais sensíveis ao toque -tecnologias já existentes por aí.

"Midiacídio"
Para o professor da Universidade do Texas (EUA) Rosenthal Alves, os meios de comunicação sofrerão mudanças drásticas. "Há quem defenda a "midiamorfose", que é a transformação da mídia; eu defendo o "midiacídio", que é a morte dos paradigmas que estão aí", afirmou no evento.
Segundo ele, a comunicação está se tornando mais centrada no receptor. "É cada vez mais "eu-cêntrica': o que eu quero, na hora em que eu quero, no formato em que eu quero e na plataforma em que eu quero", resumiu.
Para atender a esse tipo de demanda, os conteúdos passam por reformulações, como é o caso do da rede televisiva CNN, que estréia um novo site em 1° de julho. Quem estiver curioso pode espiar o beta.cnn.com.
Vídeos que atualmente são pagos passarão a ser gratuitos. "Queremos apresentar as notícias de maneira que faça sentido para a audiência, o que, para nós, significa casar vídeos, textos, informações e gráficos. Eles querem ser parte da comunidade e parte da discussão", disse à Folha Kurt Muller, editor do CNN.com.
De acordo com o diretor-presidente de internet da Brasil Telecom, Caio Túlio Costa, não basta transpor o conteúdo tradicional para as novas plataformas.
"Há mídias que nascem à parte da velha mídia, como o Google e o MySpace", afirmou, ressaltando que o que existe hoje ainda é pouco perto das possibilidades que as novas mídias permitem.
iPhone
Barbara Kennington, editora-chefe da WGSN, apresentou em São Paulo as principais tendências mundiais de consumo para 2008. No campo da tecnologia, o iPhone, da Apple, foi eleito o representante do que vem por aí. Motivos: reunir várias funções em dimensões reduzidas e ser oferecido em apenas uma cor, preta, o que facilitaria a escolha do consumidor cansado de decidir entre tantas opções. (MB)


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