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EUA e Reino Unido estudam o e-voto
MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL
A apuração das eleições presidenciais nos EUA, em 2000, foi um fiasco. Ela não era totalmente automatizada, como acontece agora no Brasil, o que levou muitas cidades a fazer várias vezes a recontagem manual dos votos na época. Antes do conturbado pleito que deu a vitória a George W. Bush, já havia nos EUA projetos
sobre o e-voto, em que o eleitor pode escolher seu candidato pela internet -em um site, por e-mail ou com celular digital.
Em março de 2000, no Arizona, 40 mil pessoas foram às urnas pela internet em eleições primárias do Partido Democrata. Os eleitores "depositaram" seus votos em casa, no trabalho, em bibliotecas públicas e em outros locais. A
Election.com (www.election.com) foi a empresa que forneceu a tecnologia na época para escolher o candidato do partido.
Para votar, era preciso usar um número de identificação, enviado
por e-mail previamente, acessar os sites e marcar com o mouse em
uma das duas alternativas. Aparecia uma janela confirmando o voto, com opção de impressão.
Hoje, naquele mesmo Estado, é possível atualizar as informações
de seu título eleitoral com cinco cliques do mouse no site
https://az.gov/webapp/evoter. Trata-se de uma inovação interessante, pois dispensa o eleitor de dirigir-se até a seção eleitoral de seu bairro para transferir seu título.
Para evitar o voto duplo, marcando dois candidatos na cédula,
a cidade de Broomfield, Colorado, aderiu na semana passada,
durante eleições primárias, à informatização do pleito. O eleitor
votou em telas sensíveis ao toque.
Enquanto os países ainda carecem de legislação para o e-voto,
Liverpool, Inglaterra, pôs em ação
um projeto piloto com quiosques
para votação pela internet em
maio último, durante eleições regionais. Os cidadãos também tiveram a opção de escolher seus candidatos por celular ou acessando a rede do micro em casa.
Por ser uma iniciativa avançada, o e-voto tem causado polêmica.
Especialistas em direito questionam essa tecnologia por vários
motivos. Um deles é segurança,
pois poderia haver fraude, com
invasão a sites por ciberpiratas.
Em segundo lugar, pode ferir os
direitos na Constituição, pois o
voto deixaria de ser secreto, quando o eleitor abrisse um site em sua
casa para escolher seu candidato.
Um estudo da De Montfort University (www.dmu.ac.uk), no
Reino Unido, concluiu que o voto por sites pela internet (por e-mail
ou por telefone) poderia ferir a legislação de 1998. Especialistas
acreditam que a única forma de assegurar privacidade é a urna
convencional.
Em inglês, há uma discussão sobre o voto pela internet em
www.acm.org/crossroads/xrds2-4/voting.html. Em www.securepoll.com, há mais informações.
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