São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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diversão

Jogos de guerra

Conflito do Iraque chega com realismo ao mundo eletrônico, mas orientado pela visão de militares norte-americanos

THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na vida real ninguém as quer, mas, no contexto seguro, divertido e realista dos videogames, não faltam candidatos para se alistar em batalhas que vão da Segunda Guerra aos mais variados confrontos militares fictícios. Até a Guerra do Iraque finalmente será enviada às linhas de frente de PC, Playstation 3 e Xbox 360 em Six Days in Fallujah, prometido para chegar às lojas no ano que vem.
É verdade que certas batalhas realizadas no Iraque haviam sido recriadas em KumaWar ainda em 2004, mas esse simulador de guerra para PC, além de pouco popular, era tecnicamente bastante precário. Em Six Days in Fallujah, a situação mostra-se bem mais animadora: o jogo conta com a consultoria de veteranos da guerra para propiciar o maior nível de realismo possível.
Diários, fotografias e vídeos, sem falar na lembrança dos soldados americanos que lá estiveram são a base do game, que recria operações como a que recebeu o nome de Fúria Fantasma, quando Faluja foi ocupada pelo Exército dos EUA. A cidade a oeste de Badgá era um centro da resistência contra as tropas de George W. Bush.
Six Days in Fallujah utilizará vídeos e vozes dos soldados lembrando suas experiências no campo de batalha. Fotos capturadas via satélite propiciam cenários fiéis às vizinhanças iraquianas.
O game, que, como o título sugere, cobre um período específico de seis dias da guerra, terá uma tecnologia gráfica capaz de recriar cenários onde praticamente tudo pode ser destruído. O jogador integra um esquadrão de quatro soldados com a missão de eliminar qualquer insurgente que aparecer pelo caminho.
"Nosso objetivo é dar às pessoas a chance de experimentar como é ser um soldado no confronto, um civil na cidade ou um insurgente", disse Peter Tamte, presidente da produtora, ao site do "Los Angeles Times". Porém, até agora não foi decidido se será possível jogar na pele dos insurgentes.

Recrutas virtuais
Em 2002, o Exército norte-americano inovou ao criar um game com a missão de estimular o recrutamento militar entre os jovens do país: America's Army chegou ao mercado e, para ganhar espaço entre tantos jogos de tiro, usou uma combinação de armas quase imbatível: era extremamente realista e totalmente gratuito. A proposta não mudou muito em America's Army 3, que será lançado para PC este ano.
Assim como no original, o objetivo principal ainda é ser uma ferramenta de alistamento, proporcionando uma visão verossímil dos treinamentos do exército dos EUA e das opções de carreira, sem falar nos valores e na cultura militares.


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