São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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comportamento

A mil mãos

Criados colaborativamente via internet, livro brasileiro disputa prêmio e filme de animação chega à cadeia comercial dos EUA

Divulgação
Os escritores Emilio Fraia e Vanessa Barbara, que escreveram "O Verão do Chibo" a partir de uma intensa troca de e-mails

DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanessa Barbara fez uma tradução de um texto do argentino Julio Cortázar para o extinto site Fraude, em 2001. Emilio Fraia entrou em contato com ela porque também gostava do autor. Iniciou-se, então, uma troca de e-mails que acabou por revelar aos escritores que eles eram vizinhos e estudavam na mesma faculdade.
Os dois ficaram amigos, começaram a escrever juntos e acabaram sendo convidados para participar de uma oficina de literatura da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), em 2004.
Lá, pensaram que seria legal escrever um "romance "pistolar", que começasse com um tiroteio de balas de goma". "Nossa ideia era escrever um livro com personagens crianças, mas que não fosse um livro infantil. Um livro que falasse da dificuldade de dizer coisas importantes, de se comunicar com o outro e de criar besouros campeões", disseram os dois à Folha em e-mail conjunto.
"O Verão do Chibo" (ed. Objetiva, R$ 26,90), publicado em 2008, foi escrito quase inteiramente pela internet, em uma troca de cerca de 150 e-mails.
Recentemente, os autores receberam a notícia de que são finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura, que vai conceder R$ 200 mil aos ganhadores.
O livro foi feito em turnos. Vanessa escrevia um trecho, que podia ser de duas linhas ou de várias páginas, e passava para Emilio, que lia, reescrevia e seguia em frente.
"Foi um processo muito lento [dois anos]. Às vezes dava a sensação de que o livro se escrevia sozinho, porque de repente você recebia um trecho grande já pronto, escrito pelo outro, como se tivesse ido dormir e as coisas tivessem acontecido na sua ausência."
Os encontros ao vivo eram esporádicos. "O livro pode ser lido como sendo de um único autor. A gente queria contar uma história, fazer com que o leitor se concentrasse nela e só." Saiba mais sobre os escritores em folha.com.br/circuitointegrado.


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