|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
problemas do webmail
Usuário do Gmail fica sem atendimento
CONSUMIDOR INDEFESO >> Google não oferece suporte por telefone para quem usa o serviço gratuito de correio eletrônico
RANDALL STROSS
DO "NEW YORK TIMES"
Acessar o Gmail ou outro serviço de e-mail tornou-se uma
rotina diária, realizada sem ter
de pensar. O que você faria, porém, se acordasse amanhã, digitasse seu nome de usuário e
senha, como você sempre faz, e
recebesse a mensagem "Nome
de usuário e senha inválidos"?
Se você usa o Gmail, o que vai
querer fazer depois de mais algumas tentativas, cada vez
mais frenéticas, é falar com o
serviço de suporte ao usuário
do Google. Mas não há essa opção. O Google não oferece um
telefone gratuito e uma pessoa
real para resolver os problemas
comuns dos usuários.
Os fóruns de discussão estão
cheios de histórias tristes de
clientes do Gmail que ficaram
presos do lado de fora de suas
contas durante dias, ou até semanas. Eles eram vítimas inocentes das medidas de segurança, que suspendem automaticamente o acesso se alguém tenta, sem sucesso, acessar repetidamente uma conta.
Os clientes mostram-se frustrados por não serem capazes
de falar com alguém do Google depois de preencher os formulários on-line da empresa e esperar a esmo que ela restabeleça o acesso à sua conta.
Culpa do usuário
Tom Lynch, empresário do
ramo de software, que mora
perto de Austin (Texas), descobriu no mês passado que o acesso a suas contas do Gmail havia
sido bloqueado.
As instruções que recebeu
para recuperar sua conta não se
aplicavam ao seu caso. O empresário disse ter levado quatro
semanas, que incluíram da consulta às paginas amarelas ao
diálogo com qualquer pessoa
que ele pudesse encontrar no
Google, antes de obter sucesso
e conseguir restaurar o serviço.
Um porta-voz do Google colocou a culpa em Lynch, alegando que ele não seguiu as recomendações de segurança do provedor. O porta-voz caracterizou a tentativa de Lynch como um exemplo louvável da rígida segurança do Google: "Não tivemos nenhum caso de falsa
recuperação das contas".
O Google oferece suporte por
telefone para os usuários do
Gmail que subscrevem a Apps
Premier Edition, que custa US$
50 anualmente e inclui cotas
maiores de armazenamento e
outros benefícios. Já os usuários da versão do Gmail patrocinada por anúncios devem
confiar somente no que o Google denomina de atendimento
on-line self-service.
De maneira semelhante, a
Microsoft e o Yahoo! oferecem
suporte por telefone somente
aos usuários do e-mail premium. O Yahoo! diz oferecer
suporte por telefone para o serviço gratuito de e-mail "em alguns casos", mas não publica o
número de telefone; ele é apenas revelado ao usuário em
agonia depois de a comunicação por e-mail não conseguir
resolver o problema.
No mês passado, o blog oficial do Google deu sugestões
para as almas desafortunadas
que tiveram seu acesso negado.
A postagem "O que fazer se
você não for capaz de acessar
seu webmail" advertia usuários
a não compartilhar senhas com
ninguém, instruía sobre uma
forma de apagar a senha e, se isso não resolvesse o problema,
sobre uma outra forma de iniciar "o processo de recuperação
da conta".
Como usuários, nós temos
em relação aos serviços de informações personalizadas do
Google, como o Gmail ou o
Google Docs (serviço de processador de texto), as mesmas
expectativas que temos em relação ao site do nosso banco.
Esses são lugares que guardam
informações muito importantes para nós.
Meu banco reconhece que a
perda do acesso durante dias,
em um período contínuo, é inaceitável. Ele oferece suporte,
permanente, por telefone para
os problemas relacionados à
conta. O Google deveria agir da
mesma forma, mesmo que eu
não pague à empresa na forma
de mensalidades, mas, sim,
com a minha atenção, que o
Google comercializa por meio
da venda de espaços para seus
anunciantes.
No mês passado, com casos
como o de Lynch em mente, eu
contatei o Google a fim de ver o
que a empresa tinha a dizer sobre a minha sugestão de oferecer suporte por telefone aos
usuários com problemas relacionados às contas.
Respostas do Google
A empresa me respondeu
com uma equipe de debate
composta por três pessoas para
discutir os aspectos negativos
da minha sugestão: Matthew
Glotzbach, que cuida da área de
clientes empresariais do Google; Roy Gilbert, que cuida dos
usuários; e Greg Badros, diretor
de engenharia.
Glotzbach começou dizendo
que "suporte personalizado
não é sempre a melhor resposta" porque demandaria do Google muito tempo para coletar
vários dados sobre um problema que está afetando diversos
usuários simultaneamente.
Para problemas sistemáticos, a coleta de dados é importante. Porém não para as outras
categorias. A recuperação da
conta poderia ser lenta para um
usuário bloqueado que não tenha uma conta reserva de e-mail e que não quis criar uma
pergunta de segurança para ser
respondida por se preocupar
com a possibilidade de alguém
mais ser capaz de usá-la para
acesso (o que foi feito do e-mail
do Yahoo! de Sarah Palin, candidata republicana a vice-presidente dos EUA).
Badros argumentou que o
Google obtém muito pouca informação pessoal dos novos
usuários do Gmail, o que torna
a identificação difícil quando
tanto o verdadeiro usuário
quanto um eventual impostor
se apresentam a fim de recuperar a conta e não são capazes de
produzir provas.
Gilbert acrescentou que é difícil provar a identidade de alguém com apenas o mínimo de
informações, seja qual for a forma de comunicação com o suporte ao usuário.
Os especialistas do Google
não mencionaram a questão do
custo de manter o atendimento
com pessoas para as "dezenas
de milhões" de usuários do
Gmail -a empresa se recusa a
ser mais específica.
RANDAL STROSS é autor de "Planet Google:
One Company's Audacious Plan to Organize
Everything We Know" (Planeta Google: o plano
audacioso de uma empresa para organizar tudo
o que conhecemos), publicado pela Free Press
Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
MONARQUIA CONECTADA
A rainha britânica, Elizabeth 2ª, visitou a sede do Google em Londres, na semana passada, com
seu marido, o príncipe Philip; em homenagem, a imagem dela foi incorporada ao logo da empresa
Texto Anterior: Use antigo Wordstar com XP Próximo Texto: Ensaio: De olhos bem abertos Índice
|