SÉRGIO DÁVILA
Editor da Ilustrada

É o seguinte: você entra no www.amazon.com. Clica em "music". Escolhe, digamos, a versão remasterizada de "Kind of Blue", de Miles Davis, que completou 40 anos em 99 e revolucionou o jazz moderno.
Fica sabendo que vai custar ridículos US$ 8,38, já com o desconto de 30% (US$ 3,59), menos do que você pagaria aqui, de qualquer maneira.
Preenche o formulário, clica no ok e espera em casa -rezando para que nenhum hacker pegue na rede os dados de seu cartão, clone e compre US$ 5.000 em remédios em Hong Kong (aconteceu comigo).
Passa uma semana. Nada. Mais sete dias se vão ("Deve estar vindo de navio", você desculpa). A úlcera reclama. Sua fé no e-commerce, em Bill Gates e no mercado livre, abalada.
Mais uma semana, a Amazon manda uma carta. O entregador esteve em seu prédio, a milhares de quilômetros do armazém em Ohio de onde saiu seu CD. Tocou a campainha. Seu porteiro disse que você não estava. Ele levou o pacotinho embora. Que foi despachado de volta aos EUA. E deve demorar mais 15 dias para voltar, se você ainda quiser a compra.
Verdade. Aconteceu comigo.


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